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    Marta irrita PSB e sigla busca alternativas para 2016

    DANIELA LIMA
    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    16/07/2015 02h00

    A aproximação com o PMDB pode custar caro à senadora Marta Suplicy (sem partido-SP). O PSB, sigla que vinha negociando desde o início do ano a filiação da ex-petista, irritou-se com os acenos dela à cúpula nacional peemedebista e começou a buscar alternativas para a eleição à Prefeitura de São Paulo, em 2016.

    O comando do PSB em São Paulo estuda tanto lançar um nome da legenda ao posto como apoiar o candidato escolhido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para representar o PSDB na disputa da capital paulista.

    A ameaça é uma resposta à hesitação da senadora em concluir o processo de filiação ao partido –adiado por ela duas vezes– e uma retaliação pelas conversas que a senadora manteve, na semana passada, com a bancada do PMDB no Senado Federal e com o vice-presidente Michel Temer.

    Nos encontros, ela sinalizou que teria interesse em ingressar no PMDB desde que a sigla lhe garantisse desde já a candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2016.

    A avaliação de lideranças nacionais do PMDB, no entanto, é de que as conversas não devem ser levadas adiante. Para um dirigente da sigla, a filiação da senadora seria um novo fator de estresse para as relações entre o PMDB e a presidente Dilma Rousseff (PT).

    A senadora deixou o PT no início deste ano fazendo duras críticas à gestão da presidente e aos escândalos de corrupção que afligem o seu antigo partido.

    Hoje, o PMDB faz parte da base de apoio do prefeito Fernando Haddad (PT). Até o início deste ano, o partido era cotado para formar uma dobradinha com o petista na disputa por sua reeleição.

    Agora, no entanto, com o aumento à rejeição ao PT em São Paulo, o PMDB considera que as chances de haver uma aliança são "remotas".

    No PSB, a avaliação é de que, com seu estilo "personalista", a senadora conseguiu desgastar rapidamente a relação que havia construído com o presidente estadual da legenda, o vice-governador Márcio França.

    Para ingressar no partido, Marta teria feito uma série de exigências, como a nomeação de aliados escolhidos por ela à direção municipal da sigla e a garantia de recursos para a campanha eleitoral do ano que vem.

    As condições causaram mal-estar na legenda e levaram prefeitos do PSB em São Paulo a defender que o partido não conceda a sigla para a senadora.

    Procurada, a assessoria de Marta Suplicy disse que não conseguiu localizá-la para comentar o teor da reportagem.

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