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    operação lava jato

    Topo de linha, Lamborghini de Collor apreendida é mais cara que a de Eike

    RODRIGO MORA
    DE SÃO PAULO

    16/07/2015 12h23

    Copa do Mundo de 1990. O então presidente Fernando Collor de Mello está na Itália para assistir à abertura da competição e, uma vez na terra da Ferrari, faz um pedido: pilotar um carro de Fórmula 1 da equipe que, naquele ano, levaria o francês Alain Prost ao posto de vice-campeão, num conturbado campeonato vencido por Ayrton Senna.

    Desejo negado, Collor se contenta em acelerar na pista de testes da marca a F40, o superesportivo do momento naqueles tempos.

    Quatro meses depois, o presidente volta a guiar o modelo, agora em Brasília, num percurso de 8 km entre a Granja do Torto e a Casa da Dinda. Nas vésperas do Salão do Automóvel, a F40 estava no Brasil para ser exposta no evento, que marcaria a reabertura das importações de veículos, capitaneada pelo próprio Collor, que chamara os automóveis nacionais de carroças.

    Vinte e cinco anos depois, Collor virou senador e a Ferrari é outra: uma 458 Italia, apreendida pela Polícia Federal em meio a uma ação contra políticos investigados pela Operação Lava Jato, que apura um escândalo de corrupção na Petrobras.

    Em comum com a F40, a 458 Italia apreendida de Collor tem apenas a cor. Há um abismo entre as duas: a mais antiga tinha motor 2.9 biturbo, de 478 cv. A nova é equipada com um 4.5 V8, de 570 cv. Nela, recursos eletrônicos impedem que o motorista mais afoito perca o controle do carro. Na antiga, a falta total de auxílios o tornava um carro selvagem, implacável com iniciantes.

    Aquela Ferrari dos anos 90 sequer tinha porta-luvas, revestimento interno das portas ou bancos em couro. Foi produzida entre 1987 e 1992. A de Collor é bem mais luxuosa, com sistema de som potente, bancos em couro e diversos programas eletrônicos que podem alterar o comportamento do carro.

    Saiu de linha neste ano, após cinco anos no mercado. Quando era vendida 0km, não saí por menos de R$ 1,95 milhão.

    MAIS CARO

    A aceleração de 0 a 100 km/h em 3,4s e a velocidade máxima de 325 km/h da 458 Italia impressiona menos que outro item da coleção do senador: um Lamborghini Aventador, que embaralha os sentidos de motorista e passageiro ao beliscar os 100 km/h em 2,9s. A velocidade máxima é de 350 km/h.

    Não é a primeira vez que o Aventador ganha as primeiras páginas dos jornais. Um modelo parecido com o de Collor foi aprendido no início do ano. Era do empresário Eike Batista.

    Mas o de Collor é ainda mais exclusivo que o do empresário. Seu Aventador LP 700-4 Roadster tem teto removível, e por isso mais caro: R$ 3,8 milhões, ante R$ 3,3 milhões da versão cupê, como o de Eike.

    O mais "humilde" dos carros do ex-presidente apreendidos pela PF é um Porsche Panamera S, avaliado em R$ 719 mil quando 0km.

    Não é tão veloz quanto os superesportivos italianos, mas com um motor V6 de 420 cv, leva o senador da Casa da Dinda ao Senado bem rápido. E levando duas pessoas a mais.

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