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    Depoimento de Odebrecht é cancelado porque advogada também será ouvida

    DE SÃO PAULO

    16/07/2015 13h55

    O depoimento de Marcelo Odebrecht à Polícia Federal, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, foi cancelado.

    A previsão era o que o presidente e herdeiro da construtora Odebrecht, que está preso na carceragem da PF em Curitiba, ocorresse na manhã desta desta quinta-feira (16).

    Ele falaria no inquérito que investiga um bilhete com a mensagem "destruir e-mail sonda", que escreveu dois dias após a prisão e enviou para sua defesa por meio de um agente policial.

    O e-mail a qual o executivo se refere foi apreendido em uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal na sede da Odebrecht, em 2014. Nele, é feita referência ao sobrepreço de até U$S 25 mil por dia a um contrato de operação de sondas. Segundo o juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato, a mensagem remeteria a contratos da construtora com a Petrobras.

    O motivo do cancelamento é que a advogada Dora Cavalcante, defensora de Odebrecht que o acompanharia no depoimento, também será ouvida na investigação, por ser apontada como uma das destinatárias da mensagem.

    "Saí ontem [quarta-feira] no finalzinho da tarde [da Superintendência da Polícia Federal], mas fui informada só hoje de manhã que serei ouvida nesse inquérito policial que trata da questão do bilhete", afirmou a criminalista.

    CERCEAMENTO

    Em entrevista a jornalistas após o cancelamento do depoimento de seu cliente, Dora disse que a atitude de impedi-la de acompanhar Marcelo Odebrecht se trata de um cercamento de defesa.

    "Estamos tratando de uma questão de procedimento, de paridade de armas, de normalidade processual. Isso diz respeito ao sigilo de correspondência entre cliente e advogado, ao direito do cliente preso ser entrevistado pessoalmente por seus defensores ser assegurado. Tem que se fazer valer as regras do processo."

    Segundo a Polícia Federal, foi dada a oportunidade do advogado que acompanhava Dora estar presente no interrogatório marcado para esta manhã. A defesa, porém, alegou que ele não tinha procuração para atuar nesse caso.

    Foi pedido à defesa de Odebrecht apresentar um novo advogado na sexta-feira (17).

    Dora Cavalcante afirmou que pedirá providências junto ao Conselho Federal da OAB e a OAB do Paraná.

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