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    Senado quer restringir demanda de pesquisas

    GABRIELA GUERREIRO
    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA
    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO

    16/07/2015 20h49

    Ao concluir nesta quinta-feira (16) a votação de projetos da reforma política, o Senado Federal aprovou uma proposta que restringe a contratação de instituto de pesquisa para levantamentos eleitorais por parte de órgãos de imprensa.

    Conforme o texto, os veículos ficam proibidos de contratar institutos de pesquisa que prestaram serviços a partidos políticos ou a órgãos públicos até um ano antes das eleições.

    Pela proposta, o instituto de pesquisa terá que optar por órgão de imprensa, partido ou ente público -sem poder atender simultaneamente a mais de um deles em ano eleitoral.

    Autor do projeto, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que seu objetivo é evitar que o instituto preste serviço a "dois senhores" distintos.

    "É incompatível, numa eleição, ter um instituto fazendo pesquisa como se fosse para uma rede de TV e, ao mesmo tempo, ele é contratado por um grande partido. Só não queremos misturar as tintas e fazer com que uma coisa possa influenciar a outra", disse o senador.

    Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a medida é uma forma de restringir o trabalho dos institutos de pesquisa. "E de dificultar o acesso dos eleitores a uma informação cada vez mais importante no processo eleitoral", afirmou.

    Na avaliação da diretora do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, a iniciativa é inadequada porque tenta regular a atividade comercial de empresas privadas.

    Segundo ela, a nova regra deixará os veículos de comunicação sem opções para a contratação de pesquisas eleitorais, uma vez que a maior parte deles faz levantamentos para órgãos públicos que muitas vezes não envolvem cenários eleitorais.

    "A medida é para que os veículos de comunicação não divulguem pesquisas eleitorais, deixando a população sem informação", criticou.

    Para o diretor do Instituto Vox Populi, João Francisco Meira, a medida "insulta a credibilidade" dos institutos de pesquisa e lança suspeitas sobre o trabalho dos profissionais que atuam na área.

    "Ela [a proposta] mostra o desconhecimento do legislador sobre os institutos de pesquisa", disse.

    O Senado também cogita proibir a divulgação de pesquisas nos sete dias que antecedem a eleição, ideia igualmente criticada pelos institutos.

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