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    Após anunciar rompimento, Cunha cria CPI contrária ao governo

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    17/07/2015 17h56

    Ed Ferreira/Folhapress
    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anuncia seu rompimento com o governo Dilma
    O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anuncia seu rompimento com o governo Dilma

    Poucas horas após ter oficializado o seu rompimento com o governo e se declarar como oposição, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já promoveu a primeira ação contra o Planalto. Ele autorizou, na tarde desta sexta-feira (17), a criação de três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito). Uma delas, a que investigará irregularidades de empréstimo pelo BNDES, preocupa o governo.

    As CPIs serão instaladas em agosto, quando o Congresso retornará do recesso. Além destas três, a comissão que investigará irregularidades em fundos de pensões de estatais também será criada no próximo mês. Tanto a do BNDES quanto a dos fundos de pensão fazem parte do arsenal de Cunha para retaliar o Planalto.

    Nesta sexta, o peemedebista anunciou o seu rompimento pessoal com o governo da presidente Dilma Rousseff e disse que agora será oposição. Cunha acusou o governo de ter orquestrado uma campanha contra ele na Operação Lava Jato e disse que há um "bando de aloprados" no Planalto.

    Nesta quinta (16), ele foi acusado pelo lobista Júlio Camargo de receber US$ 5 milhões de propina. O deputado, que nega as acusações, criticou os procedimentos do juiz Sergio Moro, que tomou o depoimento de Camargo.

    Os requerimentos de criação das CPIs foram lidos em plenário pelo deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), que presidiu a sessão de debates desta sexta. As CPIs podem ser criadas agora porque outras três comissões de inquérito encerraram suas atividades nos últimos dias. Ainda estão ativas as CPIs da Petrobras e do Sistema Carcerário –esta última será encerrada em seis de agosto, o que abrirá espaço para a comissão dos fundos de pensão.

    As outras duas comissões investigarão crimes cibernéticos e maus tratos contra animais. A instalação das comissões dependerá agora da indicação de integrantes, o que será feito pelos partidos.

    Para dar espaço para a criação das CPIs do BNDES e dos fundos de pensão, o presidente arquivou outros pedidos de criação de CPIs que estavam na frente na lista de espera de instalação. Cunha alegou que elas não tinham os pré-requisitos necessários. Estavam na frente pedidos para investigar o setor elétrico, o atendimento à mulheres vítimas de agressão, o desabastecimento de água no país e o setor de telefonia fixa e móvel. Pelas regras da Casa, apenas cinco comissões de inquérito podem funcionar ao mesmo tempo.

    Rocha foi um dos deputados que ficou ao lado de Cunha durante toda a entrevista coletiva concedida por Eduardo Cunha na manhã desta sexta, quando ele se defendeu das acusações de ter recebido propina.

    PRESTAR CONTAS

    Em nota, o BNDES disse acompanhar as notícias de criação da CPI com tranquilidade e afirmou que tem o dever de prestar contas à sociedade.

    "O BNDES tem absoluta certeza de que será capaz de atender a todos os pleitos da Comissão, demonstrando de maneira clara a contribuição efetiva que o Banco tem dado para o desenvolvimento do Brasil", diz o texto.

    Leia a íntegra da nota:

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acompanha com tranquilidade as notícias relacionadas à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Banco.

    Instalada a CPI, o BNDES tem absoluta certeza de que será capaz de atender a todos os pleitos da Comissão, demonstrando de maneira clara a contribuição efetiva que o Banco tem dado para o desenvolvimento do Brasil.

    Como instituição pública, o BNDES tem o dever de prestar contas à sociedade brasileira, o que tem demonstrado de maneira cabal com as iniciativas recentes que colocaram o Banco na vanguarda no que se refere a práticas de transparência.

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