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    Renan elogia Cunha, ataca ajuste e diz que país assiste a 'filme de terror'

    DE BRASÍLIA

    19/07/2015 21h42

    Em vídeo de balanço do semestre divulgado na página do Senado na noite de sexta (17), o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), faz duras críticas ao governo federal, ao plano de ajuste fiscal de Dilma Rousseff, e disse que o país está na "escuridão", assistindo a "um filme de terror sem fim".

    Alvo de inquérito por suspeita de participação no escândalo de corrupção da Petrobras, Renan reafirmou não ter nada a ver com o caso e elogiou no vídeo o colega Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, também investigado por suspeita de participação no esquema.

    "Tenho uma excelente relação com o presidente da Câmara e nesse semestre atuamos conjuntamente. (...) Acho que a atuação dele, sua independência, colaborou muito para este momento do Congresso Nacional."

    Ao anunciar uma extensa pauta de votações de temas econômicos no segundo semestre, o presidente do Senado disse que "serão meses nebulosos", com uma agenda "muito pesada", e criticou o ajuste de Dilma, que chamou de "desajuste social".

    "Os resultados do ajuste são modestos, muito aquém do prometido. (...) Ele é insuficiente, tacanho, até aqui quem pagou a conta foi o andar de baixo. Esse ajuste sem crescimento econômico é cachorro correndo atrás do rabo, circular, irracional, e não sai do lugar. É enxugar gelo até ele derreter."

    No ajuste fiscal de Dilma estiveram a redução de benefícios tributários e trabalhistas, pontos muito criticados por Renan.

    Insatisfeito com o governo, a quem acusa nos bastidores de estimular as suspeitas contra ele na Lava Jato, o senador tem patrocinado derrotas ao governo, entre elas a votação do projeto de reajuste dos funcionários do Judiciário.

    "Vemos que várias portas estão se fechando para o governo. Foi lançado um plano de emprego e as montadoras demitiram ou disseram que não iriam aderir. As medidas são enviadas ao Congresso Nacional e elas saem daqui com mais impacto financeiro. Na opinião pública, a aprovação popular [de Dilma] dispensa comentários. (...) Não tenho oráculo para profetizar o desfecho desta crise, muito menos o tempo de sua duração. Mas estamos na escuridão, assistindo a um filme de terror sem fim e precisamos de uma luz indicando que o horror terá fim", disse Renan.

    Apesar de patrocinar projetos de aumento de gastos, o senador diz em seu pronunciamento que o Congresso não será agente da instabilidade.

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