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    Lava Jato

    Presidentes de Andrade Gutierrez e Odebrecht vão ao STJ por liberdade

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    23/07/2015 11h53

    As defesas dos executivos Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, presos pela Operação Lava Jato desde o dia 19 de junho, ingressaram no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com pedido de liberdade.

    Presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, respectivamente, ambos estão detidos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras.

    Também pediram liberdade no STJ: Elton Negrão de Azevedo, da Andrade, e Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da Petrobras.

    Os pedidos serão analisados pelo presidente do STJ, Francisco Falcão, que responde pelo tribunal devido ao recesso do Judiciário. O caso seria encaminhado, normalmente, pelo ministro substituto Newton Trisotto, que é responsável por julgar os processos relativos à Lava Jato.

    Trisotto tem negado esse tipo de pedido de acusados de ligação com o esquema de corrupção.

    A expectativa é que Falcão decida a questão nos próximos dias.

    No pedido de liberdade, a defesa do presidente da Andrade Gutierrez afirma que o executivo está preso apenas por sua posição e potencial conhecimento do esquema de corrupção.

    "Trata-se de cidadão preso preventivamente de forma confessa só pela sua posição; sem ao menos ter sido citado por qualquer dos delatores; que tem sua liberdade cerceada porque deveria ter feito algo muito tempo após os fatos mas não o fez; que não possui nenhum fato recente a ele imputado, à exceção de um legal, correto e explicado às autoridades."

    A Polícia Federal solicitou à Justiça que os executivos das duas empreiteiras sejam transferidos para um presídio comum. A solicitação envolve oito presos. O pedido foi protocolado ao juiz Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, na noite desta terça-feira (21).

    Caso a proposta seja aceita pela Justiça, os executivos devem seguir para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba, onde já estão sendo mantidos os outros presos da Operação Lava Jato, numa ala separada dos demais detentos.

    A defesa da empreiteira Odebrecht pediu à Justiça a extensão do prazo para dar explicações sobre as anotações do empresário Marcelo Odebrecht, que sugerem que ele tentou obstruir as investigações da Operação Lava Jato antes de ser preso.

    O juiz Sergio Moro solicitou a manifestação da defesa até esta quinta (23).

    Nos arquivos, encontrados no celular do executivo, há frases como "trabalhar para/anular (dissidentes PF...)" e "higienizar apetrechos MF e RA", o que foi entendido como uma referência a obstruir a operação e eliminar arquivos comprometedores de empresários da Odebrecht (nesse caso, os ex-diretores Márcio Faria e Rogério Araújo, também presos).

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