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    Lava Jato

    Programa da Petrobras pode acelerar volta de negócios com empreiteiras

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    31/07/2015 16h26

    O programa de revisão do cadastro de fornecedores anunciado pela Petrobras nesta sexta-feira (31) pode acelerar a volta das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato às licitações da estatal. Atualmente, 32 empresas estão na lista suja da companhia, em função das denúncias de corrupção.

    O programa apresentado determina que os fornecedores apresentem mecanismos de controles internos e combate à fraude e à corrupção, sob o risco de serem retirados do cadastro da companhia.

    Atualmente o cadastro tem cerca de 13 mil empresas.

    O objetivo do novo programa, diz a Petrobras, é "aumentar a segurança" nas contratações de bens e serviços e "mitigar os riscos" de fraude.

    Segundo o diretor de governança da companhia, João Elek, a expectativa é começar a reduzir o número de fornecedores impedidos, à medida em que as empresas atendam as novas exigências de integridade e combate à fraude e à corrupção.

    O trabalho foi iniciado pelas empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Segundo o presidente da companhia, Aldemir Bendine, aquelas empreiteiras que cumprirem os requisitos serão retiradas da lista suja.

    "Se elas passarem por esse crivo, elas poderão trabalhar sim", afirmou.

    A Petrobras diz que vai exigir que as empresas garantam à estatal a "prerrogativa de realizar auditoria em seus padrões de integridade e de combate à fraude e à corrupção".

    A lista de impedimento contém as maiores empreiteiras do país, acusadas de formação de cartel e pagamento de propina em licitações da companhia. Dentre elas, estão os principais fornecedores, responsáveis por obras como refinarias e plataformas de petróleo.

    Há grande pressão, no governo, para que a punição pelos crimes seja focada nos executivos envolvidos, para que as empresas possam voltar a disputar obras. A própria Petrobras tem direcionado obras para o exterior diante das dificuldades enfrentadas pelos fornecedores brasileiros.

    Bendine disse que a estatal tem procurado também ampliar seu portfólio de fornecedores.

    A Petrobras anunciou ainda a criação de uma ouvidoria independente para receber denúncias de corrupção e a limitação do poder dos diretores para tomarem decisões, que passam a ser feitas de forma colegiada.

    DINHEIRO DE VOLTA

    A Petrobras também assinou dois termos de recebimento de recursos recuperados pela Lava Jato, no valor total de R$ 139 milhões.

    O ex-gerente da estatal Pedro Barusco e delator na operação devolveu R$ 69 milhões. O dinheiro provinha do caso envolvendo a fabricante de plataformas de petróleo holandesa SBM. O restante vem de contas do ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa, também delator.

    Foi a segunda cerimônia de ressarcimento de recursos desviados à estatal. Na primeira, foram devolvidos R$ 157 milhões. Ao todo, portanto, o Ministério Público Federal já entregou à companhia R$ 296 milhões.

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