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    Prefeitura de SP suspende contratação de gráfica após suspeita do TSE

    GUSTAVO URIBE
    DE SÃO PAULO
    ANDRÉIA SADI
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    01/08/2015 02h00

    Gustavo Uribe/Folhapress
    Gráfica Rede Seg
    Rede Seg Gráfica e Editora, em São Paulo, que não tem funcionários registrados

    A prefeitura de São Paulo suspendeu o resultado de processo licitatório do qual participou uma gráfica considerada suspeita pela Justiça Eleitoral.

    A Rede Seg Gráfica e Editora, de São Paulo, recebeu no ano passado R$ 6,5 milhões da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) e foi a oitava fornecedora da estrutura da petista que mais recebeu recursos.

    Na última quinta-feira (30), a Folha revelou que a gráfica não tem nenhum funcionário registrado e cujos documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que em 2013 recebia R$ 1.490.

    A Justiça Eleitoral suspeita de que a Rede Seg não tinha a estrutura necessária para prestar os serviços pelos quais foi remunerada pela campanha petista.

    A empresa havia ficado em segundo lugar em pregão eletrônico, realizado no dia 04 de julho, para a oferta de serviços gráficos para a Secretaria de Direitos Humanos de São Paulo, em contrato no valor R$ 4,3 milhões.

    A vencedora do processo licitatório, publicado na última terça-feira (28), foi a Graftec Gráfica e Editora, que tem entre os seus sócios os irmãos Rogério e Rodrigo Zanardo.

    Na quarta-feira (29), ao visitar a sede da Rede Seg, a Folha foi recebida por Rogério, o qual disse que a gráfica pertence à sua família. Segundo ele, o motorista não é dono, mas funcionário da empresa.

    Em versão diferente, Rodrigo, que se apresentou como gerente da Rede Seg, disse que o motorista é mesmo o dono da empresa e que ele o ajuda a administrar a gráfica.

    A suspensão durará trinta dias para análise do processo licitatório e da suspeita de que as duas empresas sejam dos mesmos donos.

    Na quinta-feita (30), o vereador Gilberto Natalini (PV-SP) enviou requerimento para o secretário municipal de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy, para fornecer cópias integrais do processo licitatório.

    Em nota, a Rede Seg informou não haver qualquer irregularidade em suas atividades.

    "Sendo necessário, informações complementares e documentos serão apresentados oportunamente às autoridades competentes", afirmou.

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