• Poder

    Saturday, 18-May-2024 18:08:56 -03

    Congresso volta aos trabalhos com ameaça de pauta-bomba para Dilma

    DE SÃO PAULO

    03/08/2015 12h00

    Nesta segunda-feira (3), o Congresso Nacional retoma as atividades após o recesso de julho.

    Governo, oposição e parlamentares avaliam uma agenda que ameaça incluir votações e medidas capazes de implicar novas derrotas e complicações para o governo Dilma Rousseff (PT).

    O que vem por aí - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    AJUSTE FISCAL

    Na pauta estão projetos que concretizam o chamado ajuste fiscal, como o que reduz as desonerações na folha de pagamento de empresas.

    A Câmara sinaliza também com o engavetamento da regularização de recursos no exterior não declarados, uma medida defendida pelo Executivo para elevar a arrecadação, e com a instituição de ritmo lento para apreciar a proposta do governo de prorrogar e ampliar a chamada DRU (Desvinculação de Receitas da União), mecanismo que lhe dá maior liberdade no manejo orçamentário.

    Ichiro Guerra/PR
    A presidente Dilma Rousseff (PT) durante reunião com governadores no Palácio do Alvorada, em 30/7
    A presidente Dilma Rousseff (PT) durante reunião com governadores no Palácio do Alvorada, em 30/7

    NOVOS GASTOS

    Além das medidas do pacote projetado pela área econômica, outras votações podem resultar em criação ou aumento de gastos pelo poder Executivo.

    É o caso do projeto que amplia a correção do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os depósitos feitos a partir de 2016, contra o qual o governo alega prejuízos a programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, e a obras de saneamento básico.

    Podem entrar na pauta dos deputados federais as PECs (Propostas de Emenda à Constituição) 300, que amplia o salário dos policiais militares em todo o país, e 443, que equipara os salários da AGU (Advocacia Geral da União) e de delegados da Polícia Civil aos do Poder Judiciário.

    O Congresso também sinaliza avaliar vetos da presidente Dilma Rousseff que freavam gastos, como o reajuste dos servidores da Justiça Federal.

    CPIs

    Imediatamente depois de anunciar o rompimento com o governo, em julho, o presidente da Câmara criou duas CPIs com potencial de constranger o governo.

    Uma delas investigará supostas irregularidades e prejuízos em contratos firmados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desde que o PT chegou ao poder. A outra vai apurar irregularidades na gestão dos fundos das estatais e a suposta relação deles com o esquema de corrupção na Petrobras.

    Com o fim do recesso, ambas vão finalmente ser instaladas e começar a solicitar investigações e depoimentos.

    Além delas, volta a funcionar nesta semana a CPI da Petrobras.

    IMPEACHMENT

    Após um semestre de atritos com o Executivo, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirma, nos bastidores, estar disposto a pavimentar o caminho para um eventual impeachment da presidente.

    A primeira ameaça de Cunha é de colocar em votação os pareceres do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as contas de ex-Presidentes da República –o objetivo seria limpar o caminho para a votação do parecer relativo às contas de 2014 de Dilma Rousseff, das quais o TCU tende a recomendar a rejeição.

    Além disso, Cunha ameaça nos bastidores dar sequência à tramitação de eventuais pedidos de abertura de processo de impeachment contra Dilma.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024