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    Lava Jato

    Lava Jato 'vai retirar um câncer de uma sociedade doente', diz procurador

    LUCAS LARANJEIRA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CURITIBA

    02/08/2015 23h49

    A corrupção é um câncer que torna a sociedade doente, e a Operação Lava Jato é a cirurgia que vai extirpar essa doença.

    Foi utilizando-se de imagens médicas que o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, arrancou risos e aplausos de cerca de 750 pessoas na noite deste domingo (2), em Curitiba, durante a abertura de um congresso de medicina.

    João Maurício Carneiro/Divulgação
    Procurador Deltan Dallagnol participa de palestra no Congresso Brasileiro de Cirurgia
    Procurador Deltan Dallagnol participa de palestra no Congresso Brasileiro de Cirurgia

    Convidado para fazer a conferência de abertura do 31º Congresso Brasileiro de Cirurgia, na capital paranaense, Dallagnol questionou os médicos presentes se eles deixariam de lutar e de empregar todos os esforços se tivessem um filho com apenas mais seis meses de vida.

    O recado que quis passar era: "Por algumas causas vale a pena lutar, independentemente do resultado".

    "Ao salvar vidas, vocês são os heróis do nosso país", afirmou o procurador, no início de sua fala. Ao explicar a função do Ministério Público Federal, disse que o órgão deve servir à sociedade. "Eu sou servo dos senhores", acrescentou.

    Com a ajuda de slides e de vídeos, mostrou em sua exposição os números da corrupção no país e elencou os problemas que ela causou ao Brasil, ao longo da história. "A Lava Jato transforma o país?", questionou. Antes de dar a resposta, pediu para que cada participante fizesse a mesma pergunta para a pessoa ao lado e que refletisse durante um minuto.

    Após o debate na plateia, o procurador afirmou que a Lava Jato "trata de um tumor" e que o melhor que pode vir é a devolução do dinheiro desviado e a punição dos corruptos.

    Dallagnol falou ainda sobre as dez medidas que defende para endurecer o combate à corrupção. Ele pediu assinaturas para a campanha do Ministério Público Federal que tenta endurecer leis contra a corrupção, a exemplo do que fez no mês passado ao falar para cerca de 200 pessoas numa igreja batista na Tijuca, na zona norte do Rio.

    Ricardo Borges/Folhapress
    O procurador da República Deltan Dallagnol tira fotos em igreja batista após dar palestra
    O procurador da República Deltan Dallagnol tira fotos em igreja batista após dar palestra, em julho

    Dallagnol usou em sua palestra, como exemplo, a situação de Hong Kong, que conseguiu diminuir os casos de corrupção e até forçou pessoas a fugirem. "Como seria no Brasil?", questionou.

    O procurador contou ter sido reconhecido por uma mulher dentro do avião que lhe disse que a Lava Jato "não vai dar em nada". Sobre a ideia de impunidade, foi incisivo: "Nós não podemos perder a nossa capacidade de nos indignar. Eu não compro a tese de que o Brasil não tem jeito".

    No fim da palestra, Dallagnol recebeu um jaleco do presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, posou para fotos segurando a peça e depois a vestiu, sendo aplaudido pelo público.

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