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    FHC diz que siglas não sabem lidar com movimentos de rua

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    03/08/2015 13h30

    A menos de duas semanas dos novos protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o Congresso e os partidos políticos estão "atrás" da sociedade e que não sabem como agir diante dos movimentos que cobram novas práticas da política tradicional.

    "O Congresso está tateando. Os partidos, nem se fala. Não sabem se ficam neutros, se entram na onda ou se ficam contra. Não sabem como tirar 'proveito' da situação. E não têm proveito a tirar. Têm que aprender", disse.

    O tucano falou sobre o assunto nesta segunda-feira (3) em aula inaugural da ESPM, em São Paulo.

    A crítica de FHC ocorre uma semana após o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), anunciar que a sigla vai veicular em sua propaganda mensagens convocando "indignados" a irem às ruas no próximo dia 16 contra a presidente Dilma.

    Para FHC, os partidos precisam captar os sinais e abrir seu processo decisório, dar retornos e mudar o rumo quando for necessário.

    LIDERANÇA

    Durante o discurso, o ex-presidente fez uma retrospectiva do país. Disse que o momento atual tem deixado a sociedade estupefata e que a corrupção "é brutal".

    Nesse contexto, enviou uma série de mensagens veladas à presidente Dilma. Afirmou que não se supera um período de crise de confiança com "tecnocracia" e que a recuperação do país requer "liderança nova".

    Sem citar a petista, o tucano enviou um recado direto: "Esqueça a propaganda e abra o jogo ao país. Tem que ter o momento do 'Brasil de verdade'", afirmou. FHC disse ainda que é preciso explicar o motivo do ajuste fiscal, apontar os próprios erros e dar uma perspectiva.

    "Essa explicação não é técnica. É clara e emocional." No fim, o tucano contou que releu anotações de quando esteve no Planalto. Disse ter escrito muitas vezes: "Sei que é impopular, mas vou fazer porque tem que ser feito".

    Em tom de conselho, arrematou: "Tem que tentar fazer o que é certo. Pode errar, mas você não vai estar falseando a si mesmo. Quem começa a falsear a si, falseia o resto".

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