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    Lava Jato

    Preso na Lava Jato, José Dirceu deve chegar a Curitiba na tarde desta terça

    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    04/08/2015 09h59

    O ex-ministro José Dirceu deve ser transferido para Curitiba na tarde desta terça-feira (4). A previsão é que ele embarque, em Brasília, às 14 horas, e chegue à capital paranaense por volta das 16h.

    De acordo com a previsão da Polícia Federal, o ex-ministro vai deixar a superintendência da corporação, onde está detido, às 12h45.

    Em despacho assinado no início da noite de segunda, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luis Roberto Barroso, autorizou a transferência de Dirceu para a Superintendência da PF em Curitiba.

    'PIXULECO'

    O petista foi preso nesta segunda (3), na casa onde mora, em Brasília, durante a 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Pixuleco.

    Ele foi apontado pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pela criação do esquema de corrupção na Petrobras.

    "Chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema, permitiu que ele existisse e se beneficiou dele", disse o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis pelas investigações.

    Os procuradores da Lava Jato apontam Dirceu como responsável pela indicação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que foi responsável pela negociação de contratos de obras da Petrobras de 2003 a 2012 e é acusado de cobrar propina dos fornecedores da estatal.

    O procurador Lima afirmou que o esquema de corrupção na Petrobras reproduziu características do mensalão, porque parte do dinheiro abasteceu políticos do PT e de outros partidos governistas. "O DNA é o mesmo: compra de apoio partidário", disse.

    Para ele, o esquema foi "sistematizado" no governo Lula. Questionado se o ex-presidente também seria investigado, Lima disse que "nenhuma pessoa no regime republicano está isenta de ser investigada".

    José Dirceu é preso

    MAL ESTAR

    Nesta segunda, Dirceu chegou ao prédio da PF queixando-se de mal estar e solicitou a presença de um médico de sua confiança. Segundo o delegado da Polícia Federal, Luciano Lima, foi constatado que o ex-ministro –que já esperava que fosse preso estava com pressão alta. Ele foi medicado e passa bem.

    O delegado relatou ainda que Dirceu comeu a mesma marmita que os demais presos, porém, sem sal, em virtude de sua condição de saúde.

    No final da tarde desta segunda, o petista recebeu a visita de sua companheira, Simone Patrícia Tristão Pereira. Ela levou roupas e roupas de cama para Dirceu.

    Como foi examinado na superintendência, o ex-ministro não precisou fazer exame corpo de delito.

    'PRISÃO POLÍTICA'

    O advogado do ex-ministro José Dirceu, Roberto Podval, afirmou nesta segunda que os pagamentos recebidos pela empresa de seu cliente referem-se todos a serviços prestados. A prisão de Dirceu não tinha "justificativa jurídica", segundo o defensor, que a classificou como "política".

    Disse ainda que Dirceu se tornou um "bode expiatório" da Operação Lava Jato.

    "A justificativa colocada me parece mais uma justificativa política", declarou Podval. Questionado, explicou que o juiz federal Sergio Moro reagiu "a uma pressão popular" ao decretar a prisão.

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