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    Lava Jato

    Três delatores vão devolver R$ 247 mi para a Petrobras

    MARIO CESAR CARVALHO
    GRACILIANO ROCHA
    DE SÃO PAULO

    05/08/2015 02h00

    Três lobistas investigados pela Operação Lava Jato que fecharam acordo de delação premiada concordaram em devolver R$ 247 milhões à Justiça. Posteriormente, o montante será repassado para a Petrobras, por se tratar de valores desviados em contratos com a estatal.

    Com esses acordos, a Lava Jato deve ultrapassar a marca de um R$ 1 bilhão recuperados –dos quais R$ 296 milhões já regressaram para o caixa da Petrobras.

    Os R$ 247 milhões serão devolvidos pelos lobistas Julio Faerman, Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch.

    A maior devolução, de US$ 54 milhões (R$ 187 milhões), será feita por Faerman, que representava os interesses da empresa holandesa SBM junto à Petrobras, fechou um acordo de delação em maio com procuradores do Rio de Janeiro e contou que pagou propina para obter contratos com a estatal.

    Os US$ 54 milhões são o segundo maior valor já recuperados nas investigações, só inferior aos US$ 97 milhões (R$ 336 milhões pelo câmbio de ontem) devolvidos pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

    O dinheiro que Faerman ganhou em contratos com a Petrobras estava escondido em contas na Suíça. Nesta quarta (5), o secretário de Cooperação Internacional Substituto da Procuradoria-Geral da República, Carlos Bruno Ferreira da Silva, se reúne com procuradores suíços, em Lausanne, para acertar detalhes de como será feita a devolução.

    A Petrobras estima que todos os contratos que fechou com a empresa holandesa somam US$ 27 bilhões.

    Já os irmãos Milton e José Adolfo aceitaram devolver R$ 40 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente.

    Além de pagar a multa milionária, Milton ficará um ano em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, e outro ano em regime aberto. Seu irmão terá de prestar serviços comunitários por dois anos.

    A delação e os documentos entregues pelos irmãos Pascowitch foram usados pelos procuradores para pedir a prisão do ex-ministro José Dirceu, decretada pela Justiça nesta segunda (3).

    Milton, que representava os interesses da Engevix junto a Dirceu e ao PT, disse que bancou reformas de uma casa e de um apartamento de Dirceu, que pagava o aluguel de aviões e chegou a comprar 50% de um jatinho para ele. Ele também contou que entregou R$ 10 milhões para o PT em dinheiro vivo em 2010.

    O advogado de Dirceu, Roberto Podval, diz que os pagamentos feitos por Milton eram referentes a consultorias que o ex-ministro prestou à Engevix.

    Por meio de nota, o PT disse que só recebeu doações legais, por meio de transferências bancárias.

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