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    Associação escolhe hoje indicações para procurador-geral da República

    DE BRASÍLIA

    05/08/2015 10h20

    Pedro Ladeira - 29.jun.15/Folhapress
    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em debate na sede da procuradoria, em Brasília
    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em debate na sede da procuradoria, em Brasília

    Numa eleição contaminada pelas investigações do esquema de corrupção na Petrobras, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) escolhe nesta quarta-feira (5) os três nomes que serão submetidos à presidente Dilma Rousseff para a escolha do procurador-geral da República, cargo máximo do Ministério Público Federal –hoje ocupado por Rodrigo Janot.

    Além de Janot, que busca aval da categoria para permanecer por mais dois anos no posto, estão na disputa os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico Santos, Mario Bonsaglia e Raquel Dodge.

    Participam da eleição 1.240 membros ativos e aposentados do MPF. A eleição da lista tríplice deve ser encerrada no início da noite desta quarta.

    A tendência é que Janot encabece a lista, que será encaminhada, nos próximos dias, para Dilma definir o nome e enviar a indicação para aprovação no Senado, onde terá que ser aprovado em votação secreta.

    A ANPR faz a lista tríplice há dez anos. Dilma poderá escolher um dos três nomes, ou mesmo ignorar a lista e nomear outro procurador. Desde os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, virou tradição respeitar a lista e sua ordem.

    LAVA JATO

    Maior investigação criminal do país, a Lava Jato acabou virando plataforma dos candidatos dividindo espaço com questões corporativas. O tom foi puxado pelo atual procurador-geral, que enfrenta desgastes no mundo político por ter pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) autorização para investigar 35 congressistas, sendo 13 senadores e 22 deputados.

    Inicialmente, o procurador-geral disse que os ataques serviam de "combustível", depois mandou recado de que não investiga instituições, mas fatos, e ainda prometeu reforçar o combate à corrupção, criando uma nova secretaria nacional anticorrupção.

    Mario Bonsaglia e Raquel Dodge chegaram a viajar ao Paraná para conversar com os procuradores da força-tarefa para assegurar que a operação prosseguirá com total apoio e será reforçada.

    Carlos Frederico também prometeu mais força para as investigações, mas acusou Janot de comandar ações midiáticas e questionou o papel de liderança do colega. O mandato de Janot termina no dia 17 de setembro.

    Líderes do Congresso avaliam que uma eventual recondução de Janot pode enfrentar dificuldades para ser aprovada justamente por sua atuação na Lava Jato.

    O procurador-geral da República atua diretamente junto ao STF e tem o poder de denunciar à Justiça o presidente da República, ministros e congressistas.

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