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    Lava Jato

    Kroll diz que trabalhos para CPI estão parados à espera de novo contrato

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    06/08/2015 15h55

    Após ter recebido cerca de R$ 1 milhão da Câmara dos Deputados, a empresa de investigação Kroll afirmou, em nota divulgada nesta quinta-feira (6), que seus trabalhos para a CPI da Petrobras foram encerrados em 10 de junho e que aguarda um novo contrato para continuar a investigação.

    A CPI formalizou contrato com a empresa em abril para que ela rastreasse contas no exterior dos investigados no esquema de corrupção na Petrobras –um dos focos desse trabalho é encontrar contas que os delatores não declararam às autoridades, com o objetivo de tirar a credibilidade de suas delações.

    Desde o início, o contrato foi envolto de polêmica. Isso porque os nomes dos investigados foram decididos pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), junto ao sub-relator André Moura (PSC-SE), sem deliberação dos demais integrantes da comissão.

    Os nomes até hoje são mantidos fora do conhecimento dos membros da CPI.

    A Folha apurou que a Kroll decidiu soltar esta nota depois da veiculação de reportagens apontando que a empresa estava priorizando a investigação no lobista Julio Camargo, delator que apontou pagamento de propina de US$ 5 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de quem Motta é aliado.

    Na nota, a Kroll argumenta que identificou "uma série de indícios" e que sugeriu "próximos passos aos trabalhos de investigação", mas aguarda uma nova contratação da Câmara para continuar.

    "Embora a Kroll tenha identificado uma série de indícios e sugerido próximos passos aos trabalhos de investigação, até o presente momento não houve nova contratação da Kroll pela CPI para a realização de qualquer trabalho adicional. Desde 10 de junho de 2015, portanto, a Kroll não vem mais prestando serviços à CPI ou à Câmara dos Deputados", diz a nota.

    Após cobranças dos parlamentares, o presidente da CPI disse que na próxima semana vai fazer uma reunião para revelar os nomes aos demais deputados e pedir que eles decidam quais devem ser priorizados na investigação.

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