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    o impeachment

    Governo busca apoio de elite empresarial para conter crise

    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    07/08/2015 02h00 Erramos: o texto foi alterado

    Com os indicadores econômicos piorando e a instabilidade política reforçando o cenário de recessão, a presidente Dilma Rousseff irá recorrer aos líderes do PIB (Produto Interno Bruto) para tentar obter apoio e, assim, driblar a crise.

    O governo quer chamar a elite empresarial brasileira para um encontro nos moldes da reunião com os governadores, ocorrida semana passada, no Palácio da Alvorada.

    A petista também convidará executivos do mercado para conversas individuais. Estão na lista alguns dos maiores grupos privados do país, tais como Rubens Ometto (Cosan), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Jorge Gerdau (Gerdau) e Abílio Diniz (Carrefour e BRF). Todos são considerados relativamente próximos ao Executivo.

    Em avaliações internas, o governo concluiu que precisa não só recuperar interlocução com os movimentos sociais, mas também refazer as pontes com o capital.

    O objetivo é, de um lado, mostrar apoio entre os chamados barões do PIB, e, do outro, obter ajuda da iniciativa privada para influenciar o Congresso contra a aprovação de projetos com forte impacto fiscal.

    O agravamento da situação política ampliou o grau de incerteza sobre o futuro da economia brasileira e gerou dúvidas sobre a capacidade do Planalto de reagir à crise.

    Na Câmara, as condições de governabilidade são as mais frágeis possíveis. Investigado pela operação Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem se valido da aguda fragilidade do governo como estratégia para tentar desviar a atenção de seu próprio desgaste.

    Nesta semana, o peemedebista colocou em votação a proposta que reajusta salários de carreiras do funcionalismo público federal. Uma aprovação em caráter definitivo gerará aos cofres da União uma perda aproximada de R$ 10 bilhões ao ano. E isso para atender à demanda de 71.397 servidores, 40.950 deles já aposentados.

    Um dia na crise

    FIESP E FIRJAN

    Nesta quinta (6), dois dos principais representantes da indústria nacional, Fiesp e a Firjan, divulgaram nota a favor da preservação da estabilidade institucional. Mas, em vez de citar nominalmente Dilma Rousseff, a declaração divulgada à imprensa menciona apenas o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP).

    Na véspera, Temer fez um apelo ao Congresso contra projetos que ajudam a secar ainda mais os cofres federais e disse que o Brasil precisa de alguém capaz de "reunificar" o país. O tom não agradou a setores do governo, que viram no teor da fala a intenção de tentar se colocar como alternativa à presidente.

    "O Brasil não pode se permitir mais irresponsabilidades fiscais, tributárias ou administrativas e deve agir para manter o grau de investimento tão duramente conquistado, sob pena de colocar em risco a sobrevivência de milhares e milhares de empresas e milhões de empregos", diz a nota.

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