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    Dilma oficializa indicação de Rodrigo Janot à chefia da Procuradoria

    DE BRASÍLIA

    08/08/2015 14h03

    Pedro Ladeira - 29.jun.2015/Folhapress
    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em debate com candidatos à chefia da procuradoria
    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em debate com candidatos à chefia da procuradoria

    A presidente Dilma Rousseff convocou o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na manhã deste sábado (8), para comunicá-los oficialmente sobre sua decisão de indicar o nome do atual procurador-geral da República à recondução.

    Com isso, Dilma mantém a tradição de avalizar o candidato preferido dos procuradores do Ministério Público Federal. Janot foi o mais votado na lista tríplice do MPF para continuar no cargo de procurador-geral pelos próximos dois anos.

    Chancelado pela presidente, agora o nome de Janot precisa ser aprovado pelo Senado.

    A compromisso desta manhã não constava na agenda de nenhuma das três autoridades. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, a reunião foi convocada por Dilma de última hora, no Palácio Alvorada.

    À tarde, o Planalto emitiu uma nota oficial, anunciando a recondução.

    "A Presidenta da República, Dilma Rousseff, decidiu reconduzir ao cargo de Procurador-Geral da República o dr. Rodrigo Janot. A decisão foi informada ao próprio Procurador-Geral na manhã deste sábado (8), em reunião oficial no Palácio do Alvorada, realizada com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo", escreveu.

    "A escolha da presidenta Dilma Rousseff acolhe, novamente, posicionamento da maioria dos membros do Ministério Público Federal, assegurando assim, de fato, a autonomia estabelecida na Constituição de 1988 a esta importante instituição da República."

    Após a confirmação da escolha de Dilma, o principal partido de oposição ao governo também elogiou o nome de Janot.

    "A votação obtida pelo procurador Rodrigo Janot demonstra a vontade de seus pares no MPF [Ministério Público Federal] de que ele permaneça à frente da PGR e de um trabalho que tem merecido dos brasileiros reconhecimento pelo rigor e pela independência com que tem sido realizado", afirmou em nota o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

    Na disputa pela procuradoria, Janot obteve 799 votos, a frente dos subprocuradores Mario Luiz Bonsaglia (462) Raquel Dodge (402).

    DENÚNCIAS

    Janot deve encaminhar ao STF (Supremo Tribunal Federal), a partir do dia 17, as primeiras denúncias contra políticos investigados por suspeitas de participação no esquema de corrupção da Petrobras.

    Ao final do encontro, que durou cerca de uma hora, Cardozo foi questionado sobre as críticas que Janot vem recebendo de parte dos personagens investigados pela Operação Lava Jato.

    A defesa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de investigação no STF e desafeto do Palácio do Planalto, acusou o procurador de sonegar informações que constam em seu inquérito.

    Sem citar nomes, o ministro saiu em defesa da liberdade do Ministério Público de apurar os fatos.

    "O governo pensa que a Constituição federal garantiu a liberdade investigatória àqueles que devem atuar nessa área. Evidente que não podemos jamais condenar pessoas sem que seja assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, também garantidos na Constituição", afirmou Cardozo.

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