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    Lava Jato

    Justiça aceita denúncia, e Jorge Zelada e mais 5 tornam-se réus na Lava Jato

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE SÃO PAULO

    10/08/2015 12h54

    Mauro Pimentel - 2.jul.2015/Folhapress
    O ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, quando foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato
    O ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, quando foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato

    O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta segunda-feira (10) denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e outras cinco pessoas suspeitas de envolvimento em corrupção na estatal.

    Os procuradores afirmam que houve o pagamento de propina de US$ 31 milhões na contratação de um navio-sonda pela Petrobras em 2008. De acordo com a denúncia, parte foi paga a Zelada e ao ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa, e outra parcela foi destinada ao PMDB.

    Como a Justiça aceitou a denúncia, os seis a partir de agora passam a ser réus. A abertura da penal não significa culpa, apenas o primeiro passo do processo, durante o qual o juiz ouvirá testemunhas e acusados apresentarão suas defesas.

    Na decisão, Moro mencionou a descoberta de "duas contas secretas" do ex-diretor em Mônaco, que somam 10,3 milhões de euros (cerca de R$ 39,7 milhões, em valores de hoje). Indicado pelo PMDB ao cargo, o ex-diretor ficou à frente da área Internacional da Petrobras entre 2008 e 2012 e foi detido há um mês, na 15ª fase da Operação Lava Jato.

    Além de Zelada e Musa, João Rezende Henriques, suspeito de ser o operador do PMDB, e Raul Felippe Junior vão responder na ação por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O ex-diretor também é acusado de evasão de dividas.

    O chinês Nobu Su Hsin Chi Su, representante da empresa de Taiwan, e o lobista Hamylton Padilha foram acusados de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Padilha já fez acordo de delação em troca da redução da pena.

    No despacho desta segunda-feira, Moro cita a suspeita sobre o PMDB, mas afirma que "não há identificação de qualquer autoridade com foro privilegiado que teria recebido tal propina", o que, diz, faz com que o caso não seja levado ao Supremo Tribunal Federal.

    A acusação do Ministério Público Federal não detalha quem no partido recebeu dinheiro desse contrato.

    O juiz federal disse ainda que "há provas documentais significativas da materialidade e autoria dos crimes" e que as acusações não se baseiam apenas em depoimentos de delação. Entre as provas, Moro mencionou um contrato simulado para o pagamento de propina e uma auditoria interna da Petrobras sobre o caso.

    OUTRO LADO

    A defesa de Zelada nega as acusações e afirma que a contratação do navio-sonda foi legal. O PMDB nacional afirma que não nunca autorizou ninguém a captar recursos dessa maneira.

    A reportagem ainda não conseguiu localizar representantes dos outros réus.

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