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    Governo do RS paga salários, mas dá novo calote em dívida com a União

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CAXIAS DO SUL (RS)

    11/08/2015 12h26

    O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou na manhã desta terça-feira (11) o pagamento dos salários atrasados dos servidores e novo calote da dívida do Estado com a União, cujo vencimento é o último dia de cada mês.

    Desde abril, o governo gaúcho vem atrasando o pagamento das parcelas da dívida, mas sempre quitou os R$ 280 milhões mensais até no máximo dia 10 do mês seguinte. Agora, em agosto, o atraso se estendeu ainda mais e o governo gaúcho já teme que a União bloqueie o repasse de verbas federais nos próximos meses.

    O atraso nos salários dos funcionários estaduais gerou uma paralisação da categoria e consequentemente problemas à população, como policiamento reduzido nas ruas e escolas fechadas na semana passada.

    Fernando Gomes/Agência RBS - 3.ago.2015/Folhapress
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    Com o Estado em crise financeira, Sartori havia decidido parcelar os pagamentos para os servidores com salários maiores do que R$ 2.150 mensais (48% do total). Esses funcionários receberiam em duas parcelas: em 13 e 25 de agosto, quase na data do pagamento do próximo mês.

    Agora, Sartori anunciou o pagamento integral nesta terça, exatamente uma semana antes da greve geral de professores, policiais e demais categorias, marcada para 18 de agosto.

    A mudança de planos ocorreu devido ao ingresso da receita do ICMS (imposto sobre mercadorias e serviços) nos cofres do Estado.

    Para o mês que vem, porém, o governo não garantiu o pagamento em dia dos salários.

    'ESCOLHA DE RISCOS'

    Sobre o atraso no pagamento da parcela deste mês da dívida com a União, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, disse se tratar de "uma escolha com riscos".

    Além do atraso de salários, diversos fornecedores do Estado sofreram calote no início do ano com os cortes no orçamento anunciados pelo governador.

    O déficit nos cofres gaúchos é calculado pela atual administração em R$ 5 bilhões, deixados, segundo Sartori, pelo governador anterior, Tarso Genro (PT).

    PARALISAÇÕES

    No dia 3 de agosto policias militares, civis e professores paralisaram suas atividades. Desde então, outras diversas paralisações estão sendo organizadas em cidades no interior como preparação para a greve geral de 18 de agosto.

    O governo tenta reverter no STF a ordem que determina pagamento integral dos servidores. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, votou contra o recurso do governo por entender que o salário é "verba alimentar" e, por isso, é prioridade.

    Lewandowski lembrou da possibilidade de intervenção federal no Estado, o que provocou uma viagem de Sartori a Brasília para tentar convencer ministros indecisos sobre a questão. O recurso ainda não foi votado.

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