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    o impeachment

    Temer busca acordo com Eduardo Cunha para agenda contra a crise

    GUSTAVO URIBE
    ANDRÉIA SADI
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    12/08/2015 13h43

    O vice-presidente Michel Temer informou nesta quarta-feira (12) que buscará um entendimento com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para aprovação da agenda apresentada pelo PMDB do Senado Federal para enfrentar a crise econômica.

    O peemedebista afirmou que a Agenda Brasil, oferecida ao governo pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), é "adequada" e que pretende fazer uma reunião conjunta com Senado e Câmara "para que todos estejam juntos nessa tarefa".

    "O Renan jamais quis isolar o Senado em relação à Câmara. A ideia do Renan sempre foi chamar a Câmara e é isso que farei agora com os deputados federais do PMDB. Na sequência, faremos entre Renan e Cunha", disse o vice-presidente

    O peemedebista disse que levará a proposta de unificação à bancada do PMDB na Câmara em almoço realizado na tarde desta quarta-feira (12).

    "A sensação que eu tenho, e espero que isso se transforme em convicção, é que a Câmara dos Deputados vai colaborar, porque ela também é preocupada com o país. Ninguém quer que o Brasil vá mal", disse.

    O vice-presidente tomou café da manhã nesta quarta, no Palácio do Jaburu, com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney, com Renan Calheiros e com senadores peemedebistas.

    De acordo com ele, no encontro, Lula disse que o plano contra a crise é " positivo" e defendeu que o governo federal o apoie.

    "Ele elogiou o plano, acha que devemos trabalhar em torno dele", disse.

    O peemedebista relatou ainda que o petista achou positiva sua declaração, na semana passada, de que a crise atual é grave. O comentário foi criticado por ministros e sua repercussão levou até mesmo o peemedebista a pedir sua saída da articulação política, o que foi negado pela presidente Dilma Rousseff.

    " Ele achou positiva a minha declaração da semana passada, quando alertei para a gravidade da crise e foi muito correto nessas afirmações", disse.

    À Folha, os participantes do encontro avaliaram que o governo federal poderá sair da atual crise se não inviabilizar a agenda de reformas.

    No encontro com Lula, parlamentares fizeram o diagnóstico de é necessário não alijar a Câmara dos Deputados e envolvê-la na aprovação das medidas para que o governo consiga sair da crise.

    No café da manhã, de acordo com relatos, Lula avaliou que a presidente está no caminho certo para superar a crise. A avaliação dos senadores, no entanto, foi de que a velocidade de reação deve ser maior. Um participante disse que "o governo precisa turbinar o governo".

    'ENCONTRO ENTRE AMIGOS'

    Segundo peemedebistas que estavam no café, Lula fez questão de ressaltar que seu encontro com o vice-presidente e caciques do partido aliado não significava uma agenda paralela ao governo mas sim, um encontro "entre amigos".

    O ex-presidente também reconheceu que o pacote de medidas apresentado por Renan melhora o cenário político porque é preciso ter uma pauta para a sociedade. O petista também teria evitado fazer pedidos e apelos, porque sabia que estava "entre pessoas preocupadas com o país".

    Ao elogiar o desempenho de Temer à frente da articulação política do governo, Lula teria dito que o peemedebista já deveria ter assumido a função "há muito tempo".

    Lula também evitou fazer comentários sobre a atuação recente da Câmara, que aprovou propostas que aumentam gastos da União, o que foi amplamente criticado pelo governo no momento em que se faz um ajuste fiscal. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi convidado para o encontro mas não compareceu.

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