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    Lava Jato

    Justiça libera irmão de Dirceu e outros dois suspeitos

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    12/08/2015 19h21

    Rodolfo Buhrer - 4.ago.15/La Imagem/Fotoarena/Folhapress
    Luiz Eduardo Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu, é levado para exames em Curitiba
    Luiz Eduardo Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu, é levado para exames em Curitiba

    O juiz federal Sergio Moro mandou soltar, nesta quarta-feira (12), o irmão do ex-ministro José Dirceu e outras duas pessoas suspeitas de desvios de dinheiro de obras públicas.

    Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de Dirceu, Roberto Marques, ex-assessor do ministro, e o empresário Pablo Kipersmit estavam presos temporariamente em Curitiba, sede das investigações da Operação Lava Jato, há dez dias.

    Os dois primeiros são investigados sob suspeita de terem feito transações com fornecedores da Petrobras em benefício do ex-ministro da Casa Civil.

    Kipersmit, por sua vez, é apontado como responsável por um contrato de fachada para repasse de dinheiro ao PT e a seu ex-tesoureiro João Vaccari Neto, por meio do operador Milton Pascowitch (atualmente, delator da Lava Jato).

    Todos negam irregularidades.

    Para o juiz, Luiz Eduardo e Roberto Marques foram "auxiliares" de José Dirceu no recebimento de propina, segundo as provas obtidas até aqui, e por isso não precisam continuar detidos preventivamente.

    "Quero crer que a decretação e a manutenção da prisão preventiva de José Dirceu seja suficiente, nesse momento processual, para interromper a atividade delitiva do grupo", escreveu Moro.

    Quanto a Kipersmit, o magistrado entende que é preciso aprofundar a investigação. Como o empresário admitiu parcialmente alguns dos fatos, em depoimento à Polícia Federal, Moro entendeu que há "menor risco" de que a investigação seja obstruída com sua libertação.

    À PF, o empresário reconheceu o contrato feito com Pascowitch e disse que ele foi feito com data retroativa, mas afirmou que houve prestação de serviços. Kipersmit atribuiu a assinatura do acordo ao diretor jurídico da empresa, Valter Pereira. Foram R$ 15 milhões repassados à empresa do operador.

    Mesmo soltos, os três deverão entregar o passaporte à Polícia Federal e estão proibidos de mudar de endereço sem autorização da Justiça.

    Marques, além de tudo, deverá deixar cautelarmente o cargo que ocupa na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde é funcionário efetivo. Para Moro, é "temerário" mantê-lo na função diante das provas colhidas até aqui, que indicam o recebimento de propinas pelo investigado.

    Dirceu, acusado de receber propina da Petrobras e de simular contratos com sua empresa de consultoria, continua preso por tempo indeterminado na carceragem da PF em Curitiba. Ele nega as acusações.

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