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    o impeachment

    Aécio diz que única arma nos protestos de domingo será a Constituição

    LUANA MARTTINA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MACEIÓ (AL)

    14/08/2015 12h37

    Itawi Albuquerque/Futura Press/Folhapress
    O senador Aécio Neves (MG) joga capoeira durante evento do PSDB em Maceió
    O senador Aécio Neves (MG) joga capoeira durante evento do PSDB em Maceió

    O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, criticou na manhã desta sexta-feira (14) a declaração do presidente da CUT, Vagner Freitas, sobre um possível uso de armas contra quem tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff.

    O tucano falou em Maceió, onde participou da abertura da campanha nacional de filiação do PSDB, realizada na véspera dos protestos contra o governo Dilma.

    Segundo ele, a resposta a Freitas é que as manifestações contra o governo marcadas para este domingo (16) serão pacíficas.

    "Eu quero dizer ao presidente da CUT, e principalmente aos brasileiros, que nós não vamos nos entrincheirar, nós vamos de cabeça erguida para as ruas de todo o Brasil e levando, como nossa única arma, a Constituição do Brasil."

    Nesta quarta (12), em evento no Palácio do Planalto, o líder sindical afirmou que os entusiastas do impeachment são "golpistas". Se for preciso, segundo ele, os movimentos sociais irão às ruas "com arma na mão, se quiserem tentar derrubar a presidente Dilma".

    "O que se vende hoje no Brasil é a intolerância, o preconceito de classe contra nós. Somos defensores da construção de um projeto nacional de desenvolvimento para todos e todas. Isso implica ir para a rua entrincheirados, com arma na mão, se quiserem tentar derrubar a presidente Dilma", disse Freitas.

    Horas depois, o presidente da CUT disse, no Twitter, que se referia às "armas da classe trabalhadora", que seriam "mobilização, ocupação das ruas e greve geral". "Pegar nas armas é uma figura de linguagem que usamos em assembleias", disse.

    Aécio Neves criticou ainda que a declaração de Freitas foi dada no Palácio do Planalto e na presença de Dilma.

    "Fiquei estarrecido de ouvir na sede no governo brasileiro, num evento que custou recursos dos cofres públicos, o chamamento de um importante líder sindical sem que a presidente interrompesse para dizer que isso não se aceita mais nas ruas do nosso Brasil", disse Aécio.

    "Vamos responder às tentativas de intimidação com nossa manifestação clara, pacífica, mas firme e corajosa, em defesa do Brasil", afirmou Aécio.

    "Iniciamos hoje esse chamamento, uma nova etapa de comunicação do partido com o Brasil", disse o senador.

    Sobre o atual governo, Aécio disse que não há mais uma gestão no país. "O projeto do governo Dilma é chegar ao final, e aí nós assistimos a esse vale-tudo, essa distribuição sem qualquer constrangimento, sem qualquer limite de cargos públicos a quem se dispõe a apoiar o governo. "

    RESPEITO

    Após a fala de Freitas, a presidente Dilma disse que não vê "nenhum problema" nos protestos contra o Planalto, mas que espera "respeito e honra" dos adversários e defendeu o diálogo contra a "pauleira".

    "Se você não respeitar o resultado do jogo, você não pode entrar no jogo", declarou.

    Citando a época em que lutou contra a ditadura no Brasil, a petista disse que não vai defender qualquer atitude contra as manifestações. "Não peçam para eu defender qualquer atitude contrária a qualquer manifestação, [por]que eu não defenderei jamais. Eu tenho que ter lealdade com a experiência histórica da minha geração. Eu sobrevivi".

    "Diálogo é diálogo, pauleira é pauleira. Não faz parte do diálogo xingar a pessoa. Não pode chamar de diálogo a intolerância. Botar bomba em qualquer lugar não é diálogo", continuou Dilma, em referência aos ataques que uma médica do programa Mais Médicos sofreu nas redes sociais e à bomba caseira lançada contra o Instituto Lula há duas semanas.

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