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    Diretor do Instituto Lula diz que irá a protestos para 'sentir o tom das ruas'

    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO

    14/08/2015 16h57

    O protesto marcado para este domingo (16) na avenida Paulista, em São Paulo, em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff, contará com uma presença inesperada.

    O diretor do Instituto Lula Celso Marcondes, que coordena as iniciativas de aproximação entre o Brasil e países africanos, estará presente no ato promovido por movimentos anti-governo e anti-PT.

    "Eu, particularmente, sempre vou ver. Acho que, para ter uma avaliação correta, tem que sentir o tom das ruas, ver se é uma manifestação democrática, como eu acredito que será, e se há alguma iniciativa golpista", disse Marcondes à Folha.

    Os planos do diretor é circular pela região da av. Paulista, na região central da capital, antes de ir para o ato que acontecerá no Instituto promovido pela CUT e pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

    "Acho legítimo o direito de se manifestar e quero sentir as palavras de ordem que vão levar às ruas, o clima. Os grupos são muito diferentes, vamos tentar entender o que está acontecendo. Depois, irei para a confraternização no Instituto", afirmou.

    Marcondes também disse que não tem receio de ser agredido, caso seja reconhecido pelos manifestantes. "Parto do princípio de que a manifestação é democrática. Caso eu sinta que o ambiente é hostil, me retiro. Vou para entender o protesto e a dinâmica que ele terá".

    Apesar do PT vir monitorando as adesões aos protestos marcados para o dia 16 via redes sociais, o diretor afirmou que não é possível ter ideia da dimensão dos atos. "Temos que esperar para ver".

    Celso é diretor do Instituto Lula há um ano e coordenador de projeto ligados a países africanos há quatro anos. Conheceu o ex-presidente Lula no início da década de 1980, quando teve atuação ativa no partido. Chegou a se eleger vereador e integrar as equipes do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e da senadora Marta Suplicy, hoje sem partido, quando foi prefeita de São Paulo.

    LULA

    Além de Celso Marcondes, a maioria dos diretores do Instituto Lula estarão presentes no ato organizado no local dia 16.

    A presença do ex-presidente Lula, no entanto, foi descartada. Depois de uma semana intensa, com participação em dois eventos em Brasília, Lula fechou o início de sua agenda de viagens pelo país na tentativa de resgatar a imagem do PT.

    O ex-presidente começará o périplo no dia 27, em São João del Rei (MG), conhecido reduto da família de Aécio Neves (PSDB-MG) –uma das principais figuras da oposição enfrentada pelo governo e adversário de Dilma Rousseff na eleição de 2014.

    Foi na cidade mineira em que nasceu o avô de Aécio, Tancredo Neves, e onde o tucano lançou a sua pré-candidatura à presidência da república no ano passado.

    Segundo petistas ouvidos pela Folha, a escolha do local se deu porque tanto a cidade quanto o Estado de Minas Gerais são governados pelo Partido dos Trabalhadores.

    Após o ato em São João del Rei, Lula terá uma conversa com movimentos sociais e militantes em Belo Horizonte, e seguirá dia 28 para Montes Claros, onde participará de uma caminhada "pelo resgate da força do PT".

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