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    Lava Jato

    Empresa de investigação contratada por CPI não traz novidades à Lava Jato

    ANDRÉIA SADI
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    15/08/2015 02h00

    Após ter recebido R$ 1 milhão da CPI da Petrobras, a empresa de investigação Kroll apresentou um relatório preliminar com poucas descobertas além do que já foi rastreado na Operação Lava Jato, conduzida pelo Ministério Público e Polícia Federal.

    Esse relatório mostra apenas indícios e se baseou nas informações obtidas pela Lava Jato, em notícias da imprensa, em documentos obtidos pela CPI e em "investigações seletivas e iniciais" em bancos de dados públicos, como a Junta Comercial. O trabalho foi feito entre abril e junho, para rastrear contas e bens no Brasil e no exterior.

    O contrato foi envolto de polêmicas desde o início, porque os nomes dos 12 investigados foram decididos em segredo pela cúpula da CPI.

    São eles: Stael Janene, viúva do ex-deputado José Janene, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ex-diretor, Pedro Barusco, ex-gerente, Alberto Youssef, doleiro, Augusto Mendonça, empresário, Julio Camargo, lobista, Eduardo Leite e Dalton Avancini, executivos da Camargo Correa, Julio Faerman, ex-lobista da SBM, e Ricardo Pessoa, dono da UTC.

    Uma nova fase, que aprofundaria os indícios e custaria cerca de R$ 1 milhão semanal, estava em negociação mas, na quinta (13), a Kroll anunciou rompimento com a CPI.

    Surgiram rumores de que a empresa fosse usada para atacar delatores que denunciaram o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mas o relatório não tem indícios fortes contra os dois delatores dele, o doleiro Youssef e Julio Camargo.

    A CPI suspeitava que Youssef tivesse uma conta bancária no Líbano e pediu à Kroll para buscá-la, mas a empresa não encontrou nada.

    Sobre Camargo, a Kroll diz ter identificado a possível propriedade de um imóvel nos EUA, mas só na próxima fase seria possível averiguar. No caso de Barusco, também delator, a Kroll apontou 15 imóveis nos EUA que "podem estar relacionados" a ele.

    Não é possível saber se esses bens foram omitidos e se seriam fruto de crimes.

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