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    o impeachment

    Equipe da Abin a serviço da Rio 2016 vai monitorar protesto contra Dilma

    BRUNA FANTTI
    DO RIO

    15/08/2015 16h43

    Agentes da Abin (a Agência Brasileira de Inteligência) integrados ao esquema de segurança dos Jogos Olímpicos vão monitorar neste domingo (16) o protesto contra a presidente Dilma Rousseff na praia de Copacabana, zona sul do Rio.

    A manifestação contra o governo está marcada para às 11h, no Posto 5 da orla de Copacabana. A mobilização política alterou o horário da competição de ciclismo –classificada como evento-teste pelo comitê olímpico Rio 2016– que teve a largada antecipada das 9h30 para 8h30.

    O ponto de chegada, que antes seria no mesmo local da partida, foi transferida para a praia de São Conrado, zona sul do Rio.

    A própria Abin sugeriu estas alterações ao comitê organizador dos Jogos.

    Frank Márcio de Oliveira, superintendente da Abin no Rio, justificou à Folha a razão de ter agentes no meio da manifestação deste domingo.

    "O protesto não é uma ameaça. Mas pode haver algum ato de hostilidade contra o evente-teste (organizado no mesmo local). Por isso, o uso de agentes de campo. Prefiro chamá-los de 'agentes espectadores'. O termo infiltrado é pejorativo", disse o representante da agência.

    O trabalho dos agentes infiltrados é amparado por lei. No entanto, os mesmos devem somente observar, coletar informações e transmiti-las.

    Em julho de 2013, um agente da Abin, identificado como Igor Matela, foi preso por desacatar policiais militares durante um protesto no Leblon, zona sul do Rio.

    Ele estava com a namorada, Carla Hirt, que segundo a polícia atirava pedras na vitrine de uma loja. Segundo Oliveira, o agente foi absolvido em uma sindicância, onde teria sido comprovado que ele não participou dos atos de depredação. "Foi tudo um mal-entendido", disse.

    WHATSAPP DA ABIN

    Além do protesto, os agentes de campo estarão presentes em todo o percurso da competição. Para monitorar possíveis ameaças, os arapongas (como são popularmente chamados os agentes de inteligência) dispõem de um aplicativo de celular chamado Athena, em alusão à deusa grega da sabedoria.

    Apelidado de whatsbin, pela semelhança com o aplicativo de troca de mensagens do gênero, o software foi desenvolvido por técnicos da própria agência. Em uso desde a Copa das Confederações, é através dele que os agentes repassam fotos, vídeos e gravações para o Centro de Inteligência dos Jogos, sediado na sede da agência, no centro do Rio.

    A diferença para outros programas do tipo está na transmissão, criptografada, considerada de alta segurança contra hackers.

    "Em um horário de pico, como por exemplo na final do triatlo, recebemos cerca de 200 mensagens em 15 minutos. Essas mensagens são processadas e, quando sua veracidade é confirmada, repassamos aos outros centros de controle e à própria Rio 2016. Muitas mensagens são relacionadas ao bom funcionamento da segurança e não necessariamente de falhas", acrescentou.

    Segundo Oliveira, as maiores ameaças observadas até o momento nos eventos-teste foram o uso de drones, sem regulamentação, além de facilidade de deslocamento das grades de segurança.

    INTELIGÊNCIA

    O Centro de Inteligência dos Jogos irá funcionar até o próximo dia 25 de agosto e une representantes da Abin, Forças Armadas e polícias. As informações dos agentes de campo são visualizadas em um telão de forma instantânea.

    Caso não seja possível resolver a situação de forma imediata, a informação é repassada para os centros operacionais: Centro Integrado de Comando e Controle (esfera estadual); Coordenação Geral de Defesa de Área (esfera federal); além do Centro de Operações Rio, da Prefeitura, e para o próprio Comitê Rio 2016.

    Durante o seu período de funcionamento, além dos eventos-teste, foram monitoradas todas as situações corriqueiras de segurança do Estado. Inclusive os boatos de ataques que se sucederam após a morte do traficante Celso Pimenta, o Playboy. "

    Tivemos um trabalho extra ao monitorar esses boatos. Mas todas as gravações veiculadas, de sucessão, ou de ataques, não passaram de boatos. Inclusive uma gravação de um coronel que pedia cautela. Aqui no centro de inteligência é possível monitorar tudo isso", afirmou.

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