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    o impeachment

    Fotografados em panelaço, economista e comerciante defendem impeachment

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE SÃO PAULO

    15/08/2015 19h11

    Gabriel, 28, e Regiane, 33, nunca tiveram envolvimento com política no dia a dia, não têm um partido de preferência e não costumam participar de passeatas.

    Motivados pela situação da economia e pela insatisfação com a corrupção, eles resolveram aderir aos panelaços contra a presidente Dilma Rousseff promovidos durante programas do PT na televisão nos últimos meses.

    Em diferentes ocasiões, estamparam as páginas da Folha em fotos como "paneleiros" anônimos de prédios de São Paulo.

    Morador do Sumaré (zona oeste de São Paulo), Gabriel Schühli é formado em economia e diz que a recessão atrasou seus planos profissionais. Afirma não ver chance de abrir um negócio próprio e decidiu se dedicar a uma pós-graduação enquanto busca mais oportunidades.

    Fabio Braga/Folhapress
    O economista Gabriel Schühli, fotografado pela Folha durante panelaço em maio
    O economista Gabriel Schühli, fotografado pela Folha durante panelaço em maio

    Ele participou da segunda grande manifestação contra Dilma, no dia 12 de abril, e pretende ir ao protesto promovido na avenida Paulista novamente no domingo (16).

    "Como não estou por dentro, fiquei meio assim: 'Em qual caminhão que eu vou?' Quem eu escuto? Fui [ao protesto de abril] mais para marcar presença como cidadão mesmo, como alguém que está descontente com a situação atual", afirma.

    O estudante diz apoiar o impeachment, entre outros motivos, porque o PT "é reincidente em escândalos" e teve pela segunda vez figuras de destaque presas.

    Um eventual do governo do atual vice, Michel Temer (PMDB), seria menos pior, avalia. "Talvez acabasse a crise política. Pelo menos até 2018 não iria piorar ainda mais as coisas e, então, com um cenário político melhor definido, poderia escolher com calma os candidatos."

    CONTRA CORRUPÇÃO

    A mesma opinião é compartilhada pela comerciante Regiane Rodrigues, mostrada batendo panelas na janela de seu apartamento, na região central de São Paulo, ao lado de sua manicure, há duas semanas.

    "Nunca fui de sair para as ruas [para protestar]. O panelaço foi uma das únicas ocasiões de externar."

    Avener Prado/Folhapress
    Regiane Rodrigues, que apareceu em foto da Folha participando do panelaço em agosto
    Regiane Rodrigues, que apareceu em foto da Folha participando do panelaço em agosto

    De família de comerciantes, ela diz enfrentar muita dificuldade para manter aberta a pequena loja de roupas que possui por causa da queda do consumo.

    Mas a principal motivação para bater panelas foi protestar contra a corrupção. "Se fosse o PSDB que estivesse no poder, eu faria também, com o PMDB eu faria também."

    Regiane diz que não pretende ir ao ato contra Dilma neste domingo devido a compromissos pessoais. "[O panelaço] é prático e você fica dentro da sua casa. Mas o ao vivo e a cores é o ideal."

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