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    Servidores do Judiciário chamam Lewandowski de traidor

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    18/08/2015 20h41

    Centenas de servidores do Poder Judiciário ocuparam os arredores do plenário do Senado nesta terça-feira (18) em protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff a projeto que reajusta o salário dos funcionários. A proposta havia sido aprovada pelo Senado no fim de junho. Este foi o segundo dia seguido de manifestações dentro da Casa, o que gerou incômodo e atrapalhou o trabalho de alguns senadores.

    O projeto estabelecia um reajuste médio de 59,5% nos próximos quatro anos, com impactos calculados pelo Ministério do Planejamento em R$ 25,7 bilhões aos cofres públicos. O governo, no entanto, justificou que o impacto orçamentário dessa magnitude seria "contrário aos esforços necessários para o equilíbrio fiscal na gestão de recursos públicos".

    Após o veto, o governo anunciou um acordo com a categoria com uma proposta de reajuste de 23,2%, distribuídos em 8 parcelas semestrais. Sobre o impacto da medida nas contas públicas, o Ministério do Planejamento informou na semana passada que, após o pagamento da última parcela, em julho de 2010, o aumento de gastos será da ordem de R$ 5,99 bilhões por ano.

    Apesar do acordo, aceito pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, os manifestantes afirmaram que "não houve acordo" e chamaram o chefe do Judiciário de traidor. Além de "Lewandowski traidor", os manifestantes gritaram palavras de ordem como "Justiça", "respeito" e "derruba o veto".

    Enquanto o grupo gritava no lado de dentro do Senado, centenas de manifestantes passaram a tarde no gramado em frente ao Congresso e nas laterais com buzinas e cartazes. O excesso de barulho irritou alguns senadores e prejudicou o trabalho de outros.

    O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve que ter paciência com os gritos durante uma entrevista coletiva concedida à jornalistas. Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) não parou para falar com os jornalistas como faz habitualmente. Nesta segunda, ele chegou a ser impedido de falar por duas vezes. A sua assessoria teve que organizar, às pressas, uma entrevista dentro do gabinete da presidência da Casa.

    Desde a semana passada, representantes da categoria tem feito lobby para que os parlamentares derrubem o veto presidencial. Ele deve entrar na pauta de votação da próxima sessão do Congresso, que está marcada para esta quarta-feira (19). No entanto, a chance de ele ser efetivamente derrubado é pequena já que o Congresso não consegue realizar uma reunião conjunta há meses, por falta de quórum.

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