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    Dilma agora quer decidir as disputas entre aliados

    ANDRÉIA SADI
    DE BRASÍLIA

    19/08/2015 02h00

    A presidente Dilma Rousseff avisou o vice-presidente Michel Temer na semana passada que irá arbitrar disputas entre seus aliados por cargos no governo, atribuição que entregara a Temer em abril, junto com o comando da articulação política do governo com sua base no Congresso.

    A decisão da presidente criou desconforto entre aliados de Temer e foi interpretada como uma tentativa de esvaziar seu poder, por causa do incômodo criado no Palácio do Planalto pelo apelo à união nacional feito pelo vice-presidente recentemente.

    Há duas semanas, Temer disse que o país precisa de "alguém [que] tenha capacidade de reunificar a todos". Auxiliares de Dilma viram na declaração uma tentativa do vice de se credenciar como seu sucessor, e o governo passou a apostar numa reaproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para superar suas dificuldades no Congresso.

    Líderes dos partidos aliados têm cobrado a liberação de cargos para votar com o governo e reclamam da demora nas nomeações. Temer e o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, tentam há quatro meses destravar esse processo, sem obter êxito.

    Na semana passada, Temer e Padilha fizeram a Dilma um relato sobre suas dificuldades, descrevendo impasses na disputa por cargos em dois ministérios controlados por petistas, o do Desenvolvimento Agrário e o da Cultura.

    Diante das queixas, Dilma anunciou que arbitraria as disputas. Nesta segunda-feira (17), ela resolveu que o PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, ficará com o comando da estatal CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), que o PP desejava manter sob seu controle.

    Na segunda-feira, durante reunião de coordenação política, Temer demonstrou incômodo com o tratamento do Planalto. Instado por Kassab a comentar os protestos de domingo, o vice disse a Dilma e aos ministros que o clima melhorou após seu apelo à união nacional e afirmou que a aproximação com Renan foi uma sugestão sua à presidente.

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