• Poder

    Sunday, 28-Apr-2024 01:53:32 -03

    RS propõe aumento de ICMS; reajuste pode injetar R$ 1,9 bi

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

    20/08/2015 21h42

    O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou nesta quinta-feira (20) o aumento do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) de 17% para 18%.

    A elevação de impostos tem sido criticada por líderes empresariais, que já consideram a taxa atual muito alta. A base aliada de Sartori na Assembleia também resiste ao projeto, mas o governador tem feito reuniões com as bancadas para convencê-las a aprovar o aumento.

    "Gostaria que a Assembleia entendesse a necessidade e votasse por unanimidade. Resistência tem até lá em casa", disse Sartori, em entrevista à imprensa.

    O aumento de ICMS deve se repetir em outros Estados do país em crise financeira. Atualmente, a taxa é de 18% em São Paulo e de 19% no Rio de Janeiro.

    Junto com o aumento da taxa padrão do ICMS, o governo Sartori propõe elevar a alíquota de diversos produtos considerados supérfluos, como gasolina e álcool hidratado (que deve subir de 25% para 30%), telefonia fixa e móvel (de 25% para 30%), cerveja e chope (de 25% para 27%), refrigerante (de 18% para 20%) e energia elétrica (de 25% para 30% para o consumo doméstico, acima de 50 kW).

    Segundo os cálculos da Secretaria da Fazenda, o reajuste pode injetar R$ 1,896 bilhão nos cofres gaúchos em 2016. O valor corresponde a cerca de um terço do deficit estimado para o próximo ano, de R$ 6,1 bilhões.

    NOVOS PROJETOS

    Com o eventual aumento da alíquota da cerveja, do cigarro e de cosméticos, o governo destinará cerca de R$ 211,9 milhões em 2016 ao Fundo de Proteção e Amparo Social (Ampara/RS), que será criado para atender setores de habitação, educação, saúde, segurança e reforço da renda familiar.

    Sartori também apresentou o Programa Especial de Quitação e Parcelamento (Refaz), para ajudar micro e pequenas empresas a quitarem suas dívidas.

    Outra medida é concentrar o pagamento do IPVA nos primeiros quatro meses do ano e combater a inadimplência.

    CRISE

    Os servidores estaduais gaúchos estão em greve geral até esta sexta-feira (21). Eles temem um novo atraso dos salários e contestam a extinção de fundações e mudanças na previdência.

    Escolas estão fechadas e policias civis atendem apenas casos de emergência. A Brigada Militar (a PM gaúcha) não pode fazer greve, mas os policiais adotaram uma operação padrão: só saem com carros legalizados e coletes balísticos em dia.

    Em julho, o governo anunciou o parcelamento dos salários dos servidores –somente os funcionários que ganham até R$ 2.150 receberam em dia. A terceira parcela, no entanto, foi antecipada e paga junto com a segunda para evitar uma intervenção federal no RS, já que o governo descumpriu uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

    O governo gaúcho tenta um recurso no STF, que ainda não foi apreciado. Para pagar os salários atrasados, Sartori deixou de honrar em dia a dívida com a União. Por causa disso, as contas do governo foram bloqueadas e os valores em caixa foram sequestrados.

    A expectativa do governo é que o bloqueio seja desfeito até esta sexta (21).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024