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    Para conter rebelião, governo liberará R$ 500 milhões para congressistas

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    25/08/2015 15h48

    Marcelo Camargo/Agência Brasil
    O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, durante entrevista coletiva após reunião de coordenação política com a presidenta Dilma Rousseff (Marcelo Camargo/Agência Brasil) - http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/foto/2015-07/coletiva-de-imprensa-com-ministros-apos-reuniao-com-dilma
    O ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que também integra a coordenação política do governo

    Em meio à crise política e econômica, o governo anunciou nesta terça-feira (25) a liberação de verbas para conter ameaças de novas rebeliões no Congresso Nacional.

    O ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que hoje integra a articulação política do governo Dilma Rousseff, foi à Câmara dos Deputados anunciar a liberação nos próximos dias de meio bilhão de reais para emendas que os congressistas fizeram ao Orçamento da União de 2015.

    Devido às dificuldades econômicas, o Palácio do Planalto vinha represando esses pagamentos, o que causou grande desconforto entre os parlamentares.

    "Isso é dinheiro na veia da economia", afirmou o ministro após reunião com integrantes da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. As emendas representam, geralmente, pequenas obras e investimentos nos redutos eleitorais dos deputados e senadores.

    Padilha disse ter superado uma "queda de braço" com a área econômica. "Já pagamos R$ 300 milhões, temos agora R$ 500 milhões e depois teremos mais", afirmou o ministro.

    Com o anúncio, a expectativa do governo é a de que a comissão vote a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que deveria ter sido aprovada até o início de julho. A LDO fixa os parâmetros para a elaboração do Orçamento do ano seguinte.

    Padilha acertou com os congressistas também a aprovação de projeto que permite ao governo pagar todas as emendas feitas por congressistas nos anos anteriores e que não saíram do papel, os chamados "restos a pagar". O valor total está em torno de R$ 3,8 bilhões.

    A liberação de verbas já foi motivo de discussão entre Padilha e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Padilha, representando Michel Temer, havia firmado compromisso com congressistas de que conseguiria a verba. A equipe técnica da Fazenda, no entanto, barrou a liberação.

    O ministro da Aviação Civil reagiu: "Não vou recuar na minha palavra", disse para Levy, em uma discussão tensa que logo repercutiu na Esplanada.

    A confusão acabou aumentando a pressão de setores do PMDB para que Temer deixasse a articulação política do governo, decisão que o peemedebista comunicou à presidente Dilma Rousseff nesta segunda (24). Nesta terça, entretanto, afirmou que sua saída será gradual.

    Outro ponto discutido na reunião foi o compromisso assumido pelo governo, que cedeu após ameaças de rebelião, de liberar verbas para emendas apresentadas pelos deputados que assumiram o mandato em fevereiro. Pelas regras até então, eles só poderiam apresentar emendas para o Orçamento de 2016.

    Pelo acordo, será pago R$ 1,2 bilhão para as emendas dos cerca de 250 deputados novatos: R$ 4,8 milhões para cada um deles. Apesar dos compromissos, vários deputados manifestaram ceticismo em relação às promessas feitas por Padilha na reunião.

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