A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira (25) à noite sete empresários para jantar no Palácio do Alvorada para ouvi-los sobre a atual crise econômica e discutir medidas para superá-la.

Estavam presentes Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Cledorvino Belini (Fiat), Benjamin Steinbruch (CSN), Joesley Batista (JBS), Rubens Ometo (Cosan), Edson Bueno (Dasa) e Josué Gomes (Coteminas).

Dilma estava acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

No encontro, Dilma reconheceu aos presentes a "dificuldade" do atual momento da economia, classificando-o de "delicado", destacando ainda como "preocupante" as recentes turbulências na China, que geram ainda mais "incertezas" no cenário.

Durante o jantar, os empresários fizeram principalmente sugestões de adoção de "medidas estruturantes" para reduzir os gastos públicos, citando a área da Previdência como uma das que precisam ser atacadas.

Os empresários manifestaram ainda preocupação com a "forte desaceleração" da economia, com "significativa" redução do faturamento.

Segundo a Folha apurou, os presentes enfatizaram que, neste momento, as exportações devem ser incentivadas para garantir a recuperação da economia brasileira.

Uma preocupação levantada pelos empresários foi em relação ao elevado patamar da taxa de juros, hoje em 14,25% ao ano, mas eles reconheceram que, diante das fortes pressões inflacionárias neste ano, o Banco Central não tinha outro caminho neste momento.

Eles destacaram, porém, que o ideal é que a política monetária possa ser flexibilizada assim que for possível, para permitir uma recuperação da economia, que está em recessão neste ano.

O encontro causou desconforto entre peemedebistas ligados ao vice-presidente, Michel Temer, que não foram chamados para acompanhar o jantar.

Nesta quinta-feira, por sinal, Temer será recebido pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em um jantar para cerca de 20 empresários.

Entre os convidados estão alguns dos empresários que estiveram com Dilma nesta terça, como Trabuco, Ometto e Steinbruch.

	Pedro Ladeira - 19.ago.2015/Folhapress
	A presidente Dilma Rousseff e Michel Temer, que não vai mais negociar cargos e emendas

AFASTAMENTO

Nesta semana, Temer anunciou que deixará o posto de principal articulador político do governo.

O movimento foi interpretado por aliados como o primeiro passo de afastamento do vice e do PMDB em relação ao governo. Temer, porém, garantiu que deixará a função gradualmente.

"No PMDB há alguns que querem que eu deixe a articulação e outros tantos que querem que eu continue, mas eu entendi que não posso, tendo responsabilidade com o país, deixá-la de uma vez", afirmou o vice.