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    o impeachment

    Reforma ministerial cria tensão na Esplanada

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    27/08/2015 02h00

    Leonardo Benassatto/Futura Press/Folhapress
    O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto
    O chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto

    Anunciada às pressas pelo governo federal na última segunda-feira (24), a reforma administrativa do Executivo instaurou um clima de apreensão na Esplanada dos Ministérios.

    Em conversas reservadas e nos corredores de seus gabinetes, ministros repetem que "ninguém está a salvo" do corte que pretende eliminar pelo menos dez das 39 pastas.

    Auxiliares da presidente dizem que a "insegurança" se deu porque, ao fazer o anúncio, Dilma não especificou quais serão os ministérios que vão deixar de existir até o fim de setembro.

    Durante a reunião de coordenação política, na segunda, Dilma surpreendeu grande parte dos ministros ao dizer que promoveria uma reforma à qual sempre resistiu.

    Durante a campanha eleitoral do ano passado, ela criticou as propostas de redução do número de ministérios de seus adversários, Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) (que morreu durante a campanha e foi substituído por Marina Silva), e afirmou que quem defendia cortar pastas possuía "imensa cegueira tecnocrática".

    Diante das crises políticas e econômicas, no entanto, a presidente resolveu ceder. Para não ser alvo de críticas de que apresentou um pacote fechado, sem consultar os partidos aliados, ela deve discutir as mudanças com partidos aliados.

    CENÁRIOS

    Dilma trabalha com três cenários para a reforma, que devem ser discutidos com os líderes partidários nos próximos dias. O mais provável é aquele em que as secretarias de Portos e Aviação Civil seriam integradas ao Ministério dos Transportes, que deve ser assumido pelo ministro Eliseu Padilha, hoje à frente da Aviação Civil.

    Nesse desenho, a presidente manteria as secretarias de Política para as Mulheres e de Igualdade Racial, inicialmente eram dadas como certas no corte. O gesto atenderia ao PT, que trata a criação das pastas como conquistas históricas da legenda.

    Dilma deve também tirar o status de ministério de cinco órgãos. São eles: Banco Central, GSI (Gabinete de Segurança Institucional), CGU (Controladoria Geral da União), AGU (Advocacia Geral da União) e SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

    Por fim, a petista acabaria com a SRI (Secretaria de Relações Institucionais) e integraria a Secretaria de Micro e Pequena Empresa ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

    A presidente tenta preservar, assim, a Secretaria de Direitos Humanos, que nos planos iniciais da reforma iria para o Ministério da Justiça ou para a Secretaria-Geral da Presidência.

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