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    o impeachment

    'É um tiro no pé' criar novos impostos, diz Renan em relação à CPMF

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    27/08/2015 12h47

    Ed Ferreira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 25-06-2015, 17h00: O presidente do Senado, Renan Calheiros, durante discurso no plenario do Senado, falando sobre a criacao de orgao no Congresso, para acompanhar a politica fiscal do Governo. (Foto: Ed Ferreira/Folhapress, PODER)
    Renan Calheiros, presidente do Senado

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) criticou nesta quinta-feira (27) a intenção do governo de recriar a CPMF, conhecida como "imposto do cheque".

    Para o peemedebista, a criação de um imposto no momento de retração da economia só irá piorar o cenário da crise econômica e, por isso, é um "tiro no pé".

    "Tenho muita preocupação com aumento de imposto, aumento da carga. O Brasil não está preparado para voltar a conviver com isso. Nós estamos numa crise econômica profunda e qualquer movimento nesta direção pode agravar a crise, aumentar desemprego e retração da economia", disse.

    Renan, que voltou a se aproximar do governo recentemente, demonstrou ser contra a recriação da CPMF e destacou que o governo já aumentou impostos sem ter precisado recriar o tributo extinto. "É muito importante que essas questões sejam postas no contexto do Brasil. Você aumenta a carga e não cria a CPMF, depois de aumentar a carga, você vai aumentar a CPMF, são sinais incoerentes. O Brasil está esperando algo em direção contrária", disse

    Renan almoçou nesta quinta com os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Eduardo Braga (Minas e Energia) e com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) para, segundo ele, discutir as prioridades da chamada Agenda Brasil.

    Segundo o peemedebista, a recriação da CPMF não foi discutida no encontro. Ainda assim, Renan aproveitou o almoço para reforçar ao ministro a sua postura contrária ao aumento de impostos. "Eu disse para ele, mais uma vez, que eu tenho preocupação com a elevação da carga tributária. Eu entendo que o imposto, quando é grande demais, mata o próprio imposto", disse.
    Essa é uma das medidas de aumento de tributos analisadas pela cúpula do Executivo para que o governo recupere parte de seu caixa para pagar as despesas do governo em 2016.

    Não há consenso na chamada Junta Orçamentária, equipe que integra os ministérios da Fazenda, Planejamento e Casa Civil, sobre o tamanho dos cortes de gastos necessários para o ano que vem. Por isso, ganhou força no Executivo a ideia de sugerir ao Congresso uma nova CPMF para cobrir esse buraco.

    Para Renan, a chamada "agenda Brasil", apresentada pelos senadores do PMDB ao governo sob o argumento de que ela ajudará na retomada do crescimento econômico, é um dos caminhos para recuperar a estabilidade da economia. "Nós precisamos criar condições para que a economia volte a crescer e, com a economia crescendo, você pode pensar, sim, em elevar novamente a carga tributária, mas com a economia em retração não, é um tiro no pé, não é recomendável", disse.

    Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também criticou a ideia do governo e disse que o Planalto enfrentará um desgaste desnecessário caso envie projeto nesse sentido ao Congresso.

    Extinta em 2007, durante a gestão Lula, a volta da CPMF foi descartada no primeiro semestre deste ano após o ministro da Saúde, Arthur Chioro, defender uma fonte adicional de recursos para financiar a saúde pública.

    O Palácio do Planalto já trabalha em uma minuta de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) prevendo a nova CPMF, a decisão final depende da presidente Dilma Rousseff.

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