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    Lava Jato

    Lava Jato faz Dilma suspender indicação de ex-ministro para Itaipu

    ANDRÉIA SADI
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    27/08/2015 15h33

    Alan Marques/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 30.04.2014. às 10h. O ministro Paulo Bernardo participa de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, que vai debater a qualidade dos serviços de telefonia móvel no Brasil(. FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O ministro Paulo Bernardo participa de audiência pública da Câmara

    A presidente Dilma Rousseff suspendeu a nomeação do ex-ministro Paulo Bernardo para a direção-geral brasileira de Itaipu Binacional. Segundo assessores presidenciais, a nomeação estava pronta na Casa Civil desde a semana passada, mas Dilma mandou segurar a indicação após o ex-ministro aparecer citado na Operação Lava Jato em um esquema de corrupção investigado no Ministério do Planejamento.

    Auxiliares de Dilma já comunicaram ministros e dirigentes petistas sobre a decisão. A presidente quer esperar os desdobramentos das investigações da Lava Jato antes de confirmar o petista à frente de Itaipu.

    Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento do governo Lula e de ocupou a pasta das Comunicações no primeiro governo Dilma. Ele é casado com a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR), investigada na Lava Jato.

    Nesta segunda-feira (24), o juiz federal Sergio Moro, do Paraná, enviou despacho ao STF (Supremo Tribunal Federal) afirmando que as investigações da Lava Jato identificaram "indícios de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) seria beneficiária de valores de possível natureza criminosa", recebendo "pagamentos sem causa".

    De acordo com o documento, Gleisi teria se beneficiado do chamado "Fundo Consist", empresa que teria atuado no desvio de recursos de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento –que, à época, era comandado pelo seu marido, Paulo Bernardo.

    Pelo menos R$ 50 mil desse fundo em pagamentos do esquema teriam sido repassados também em favor da congressista e de pessoas ligadas a ela, além do ex-ministro.

    As apurações mostram que os desvios envolviam os escritórios do advogado Guilherme Gonçalves, responsáveis pela coordenação jurídica das campanhas da petista, e o pagamento de propina ligado à atuação da empresa de tecnologia Consist no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e ainda o uso de empresas de fachada.

    Um documento apreendido durante as investigações indica o pagamento feito pela Consist de R$ 50 mil de honorários a Gonçalves em novembro de 2011. Ele teria acertado a operação com Paulo Bernardo, que ficaria, segundo as investigações, com todo o valor.

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