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    Lava Jato

    PF indicia almirante e executivo suspeitos de corrupção em Angra 3

    DE BRASÍLIA

    28/08/2015 16h18

    Alan Marques - 22.mar.11/Folhapress
    O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, em imagem de 2011
    O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, em imagem de 2011

    A Polícia Federal no Paraná indiciou o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, e mais oito pessoas sob suspeita de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, devido a supostas fraudes em licitações nas obras da usina Angra 3, mediante pagamentos de propina.

    Os demais indiciados são a filha de Othon, Ana Cristina Toniolo, que administrava a Aratec Engenharia –empresa da família que seria usada para receber propina, o executivo Flávio David Barra, da Andrade Gutierrez Energia, suspeito de ter feito pagamentos, e cinco supostos intermediários.

    Othon foi preso temporariamente em 28 de julho em um desdobramento da Operação Lava Jato. Posteriormente, sua prisão foi convertida em preventiva (sem prazo determinado). Ele passou a ser investigado após ser citado na delação premiada do ex-executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini.

    Tanto a Camargo Corrêa quanto a Andrade Gutierrez participavam de consórcios que venceram licitações para as obras de Angra 3.

    A PF encontrou transferências de várias empreiteiras e consultorias para a empresa Aratec, com indícios de serem propina devido à aparente ausência de prestação de serviços. O valor das propinas teria sido de ao menos R$ 4,5 milhões.

    Também reuniu depoimentos e outras provas, como um parecer do TCU (Tribunal de Contas da União), que indicam fraudes nas licitações para a construção de Angra 3.

    "A partir dos elementos colhidos na presente investigação, há evidências de que as empresas que compõem o consórcio Angramon, vencedor da licitação para a montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, fizeram um ajuste para que houvesse a divisão das partes que seriam licitadas na obra de Angra 3, de sorte que o procedimento licitatório ocorresse apenas para chancelar algo que já havia sido adrede combinado entre as mesmas", diz o relatório da PF, assinado pela delegada Erika Mialik Marena.

    No documento, a delegada afirma ser necessário aprofundar as investigações sobre os executivos de todas as empresas envolvidas e demais funcionários da Eletronuclear que teriam ajudado a viabilizar as fraudes.

    OUTRO LADO

    Segundo o relatório da PF, todos os representantes das empresas envolvidas nas obras de Angra 3 negaram ter feito conluio para fraudar as licitações.

    O almirante Othon, que está preso, negou as acusações de ter recebido propina. A filha dele, Ana Cristina, afirmou à polícia que os pagamentos à Aratec eram referentes a serviços de tradução que ela prestou às empresas.

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