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    o impeachment

    Senador defende envio da proposta do Orçamento 2016 com deficit

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    30/08/2015 15h01 - Atualizado às 15h38

    Um dos principais interlocutores do empresariado e da equipe econômica no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) defende que o governo Dilma envie a proposta de Orçamento da União de 2016 com uma previsão de déficit primário, mostrando a realidade atual das contas públicas.

    "O governo tem de enviar um orçamento real, reconhecendo os problemas fiscais do setor público", afirmou o senador peemedebista, acrescentando que o reconhecimento do problema vai levar a uma discussão dentro do Congresso para superá-lo.

    Pedro Ladeira - 17.mar.2015/Folhapress
    O senador Romero Jucá, relator do orçamento da União, durante sessão do Congresso
    O senador Romero Jucá, relator do orçamento da União, durante sessão do Congresso

    Neste domingo, a presidente Dilma vai definir com sua equipe a proposta de Orçamento de 2016. Depois de abandonar a ideia de recriar a CPMF, lançada para tapar um buraco no Orçamento de R$ 80 bilhões, uma ala do governo passou a defender que a proposta orçamentária seja encaminhada com previsão de deficit primário.

    A equipe do ministro Joaquim Levy (Fazenda) teme esta saída pela reação que ela pode provocar no mercado, levando a um aumento da perda de credibilidade do governo e, consequentemente, do grau de investimento.

    SEM MAQUIAGEM

    Jucá disse entender as preocupações da Fazenda, mas avalia que o pior será enviar ao Congresso um Orçamento "maquiado, com pedaladas, sem credibilidade".

    "Sem a receita condicionada de uma CPMF, não há como fechar o Orçamento sem déficit", afirmou o senador, um dos principais defensores da redução da meta de superavit deste ano diante da avaliação de que a inicial, de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto), era inviável. O governo acabou reduzindo-a para 0,15% do PIB.

    Neste sábado, diante da reação negativa, a presidente, em reunião com sua equipe, decidiu desistir de propor a recriação da CPMF, o chamado imposto do cheque, para garantir o cumprimento de um superavit primário –economia de gastos para pagar juros da dívida– de 0,7% do PIB no ano que vem.

    Sem as receitas do imposto do cheque, a equipe técnica alertou a presidente que não era mais possível garantir uma meta de superavit no próximo ano e uma ala do governo passou a defender o envio do Orçamento com déficit. A decisão será tomada pela presidente ainda neste domingo (30).

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