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    Lava Jato

    Rolls-Royce diz cooperar com Justiça do país em investigação sobre propina

    DE SÃO PAULO

    30/08/2015 21h45

    A Rolls-Royce anunciou que está cooperando com as autoridades brasileiras em investigação sobre suposto pagamento de propina para obter contrato com a Petrobras.

    A fabricante inglesa de turbinas, que em março anunciara que não havia sido procurada, agora diz ajudar na apuração da relação com "um influente empresário brasileiro que teria pago propina a executivos da Petrobras e a autoridades em nome de contratantes".

    A informação é do jornal britânico "Guardian", que estampou o caso na primeira página de sua edição desta segunda-feira (31).

    O empresário seria o lobista Julio Faerman, ex-representante no Brasil da empresa holandesa SBM Offshore.

    Uma porta-voz disse que a Rolls-Royce "está colaborando com oficiais brasileiros, mas não pode falar sobre investigação em andamento".

    A empresa atuou com a Petrobras por mais de dez anos —o Brasil é um de seus mercados mais visados. No balanço de 2014, a Rolls-Royce revelou meta de dobrar seu faturamento no país até 2020.

    O grupo declarou vendas na América Latina de 393 milhões de libras (R$ 2,16 bilhões) em 2014, de um faturamento total de 15,5 bilhões de libras (R$ 85,2 bilhões).

    ACUSAÇÃO

    À Operação Lava Jato, o delator Pedro Barusco, ex-gerente de engenharia da Petrobras, acusou a Rolls-Royce de dar propina, por meio de um agente, em troca de contrato para fornecer módulos de geração de energia à estatal.

    Promotores na Holanda dizem já ter identificado pagamentos de Faerman a governantes brasileiros. Procurado pelo jornal inglês por meio de um representante, o empresário, que especula-se viver em Londres, não respondeu.

    A Justiça da Suíça também investiga o lobista. Em março, as autoridades disseram ter congelado US$ 400 milhões (R$ 1,4 bilhão) em ativos ligados ao escândalo.

    OUTROS CASOS

    A acusação soma-se a investigações na Inglaterra, por suspeitas de corrupção na China e na Indonésia, e, desde 2012, nos Estados Unidos.

    Desde então, a empresa criou um código de conduta e diz ter reduzido o número de intermediários no exterior.

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