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    o impeachment

    Em jantar com empresários, Temer defende Orçamento realista

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    31/08/2015 11h04

    Em jantar com empresários realizado neste domingo (30), o vice-presidente Michel Temer (PMDB) defendeu o "Orçamento realista" que será enviado ao Congresso Nacional nesta segunda (31), com previsão de déficit primário que pode chegar a R$ 30 bilhões.

    Durante o encontro, em São Paulo, Temer disse aos empresários presentes reconhecer que enviar um Orçamento da União com previsão de déficit não é uma boa notícia, mas argumentou que pior seria encaminhar uma proposta irrealista, que não teria credibilidade.

    De início, empresários presentes receberam mal a notícia dada pelo vice-presidente. Luiz Carlos Trabuco (Bradesco) e Roberto Setúbal (Itaú) se disseram preocupados com a repercussão no mercado da decisão do governo e avaliaram que ela pode levar à perda do grau de investimento.

    Diante do pessimismo dos dois banqueiros, Temer, primeiro, reconheceu que não foi a melhor decisão, mas acrescentou que era a possível neste momento, defendendo o envio de um "orçamento realista".

    Além de Trabuco e Setúbal, estavam presentes também Rubens Ometto (Cosan), Guilherme Leal (Natura) e Elie Horn (Cyrella).

    Após a fala do vice-presidente, Trabuco e Setúbal reconheceram que o governo não tinha outra saída, mas reclamaram que o Palácio do Planalto precisa tomar a iniciativa de discutir com o Congresso medidas de corte de despesas obrigatórias.

    Temer disse que, com o envio do Orçamento de 2016 ao Congresso, ele vai discutir com o Legislativo uma forma de solucionar o problema do déficit primário no ano que vem. Os presentes disseram que é preciso buscar cortar gastos e aumentar receitas da melhor forma possível, sem punir muito o setor produtivo.

    Foi consenso durante o jantar também que a presidente Dilma precisaria tomar a iniciativa de abrir um diálogo com o país para tentar unificá-lo a fim de superar a atual crise. Recentemente, o vice-presidente defendeu a tese da unificação do país e passou a ser atacado por assessores presidenciais, que interpretaram o gesto do peemedebista como uma forma de se apresentar como a pessoa que poderia assumir este papel.

    Temer negou que esta havia sido sua intenção e que ele estava buscando ajudar o governo e o país.

    Infográfico: Gastos e receitas do governo

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