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    o impeachment

    Anúncio de Orçamento com deficit gera desconforto em Levy

    ISABEL VERSIANI
    EDUARDO CUCOLO
    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    01/09/2015 02h00

    Alan Marques/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 31.08.2015. Acompanhado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, entrega PLOA 2016 ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, na sala de audîência da Presidência do Senado Federal. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    Renan Calheiros recebe texto do Orçamento dos ministros Barbosa (Planejamento) e Levy (Fazenda)

    O anúncio oficial do inédito Orçamento com deficit tornou visível o desconforto do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele concedeu entrevista nesta segunda (31) ao lado de Nelson Barbosa (Planejamento), em um cenário montado pelo Planalto para transmitir a imagem de uma equipe econômica unida.

    Ao encerrar a entrevista, Levy não respondeu aos jornalistas que perguntaram ao ministro se ele se sentia confortável com a decisão e se estaria de saída do governo.

    Chamado no fim do ano passado para dar uma guinada na política econômica, o titular da Fazenda foi derrotado nas discussões internas sobre a proposta de Orçamento para 2016. Segundo sua equipe, faltou "apetite" do Planalto para fazer cortes mais drásticos nos gastos. A interlocutores, Levy classificou o texto de "inercial".

    Entre a posição dele e a de Barbosa e Aloizio Mercadante (Casa Civil) –favoráveis ao Orçamento com deficit–, a presidente Dilma decidiu pela proposta que o governo chamou de "realista". Esperava, assim, sensibilizar o Legislativo a ajudar e evitar as chamadas pautas-bomba, que geram gastos a mais.

    Orçamento 2016

    Em recado ao governo, o titular da Fazenda disse nesta segunda crer "firmemente na necessidade da sustentabilidade fiscal", mas que, "se houver ambiguidade sobre isso, fica mais difícil garantir o crescimento" econômico –referência às resistências dentro do governo ao ajuste fiscal.

    Já Barbosa destacou em sua fala a importância de encaminhar ao Congresso uma proposta "realista e transparente", sem "maquiagens" –resposta às críticas ao Planalto pelas "pedaladas fiscais", que ora colocam as contas de 2014 do governo em xeque.

    Para Levy, o Executivo "precisa de uma ponte" que garanta receitas para reequilibrar as contas públicas.

    Esta "ponte" pode incluir "receitas transitórias" –sinalização do ministro ao Congresso para que aprove um aumento temporário de impostos para cobrir o deficit de R$ 30,5 bilhões em 2016.

    Levy tem dito reservadamente que a decisão de enviar um Orçamento com deficit coloca em risco o grau de investimento do país.

    As previsões do governo

    DERROTAS

    O ministro tem sido criticado por petistas e até por colegas de ministério pela defesa do ajuste fiscal.

    Recentemente, Levy tentou protelar a decisão de reduzir a meta fiscal deste ano. Acabou perdendo a discussão. O superavit primário de 2015 caiu de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto).

    Posteriormente, para melhorar o fluxo de caixa, segurou a antecipação do 13º dos aposentados. Perdeu outra vez, com a determinação da presidente de fazer o pagamento em setembro.

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