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    o impeachment

    Oposição decide lançar movimento pró-impeachment de Dilma

    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    03/09/2015 13h26

    Os partidos de oposição da Câmara unificaram os discursos e decidiram implantar um movimento pró-impeachment a partir da semana que vem. A ideia é lançar campanhas nas redes sociais e, com o apoio da sociedade, pressionar outros deputados a aderirem à causa.

    Não é um pedido formal de impeachment –os líderes das bancadas avaliam que esse momento ainda não chegou. Contudo, dizem acreditar que o ambiente político é o ideal para apostar em pressão social.

    A iniciativa começou a tomar corpo semana passada, mas foi definida em uma reunião na manhã desta quinta-feira (3), da qual participaram os líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), do DEM, Mendonça Filho (PE), do PPS, Rubens Bueno (PR), do PSC, André Moura (SE), e do Solidariedade, Arthur Maia (BA).

    Em encontros anteriores, a possibilidade de formar uma frente parlamentar pró-impeachment chegou a ser cogitada. Contudo, com a intenção de não expor os participantes, já que a frente teria integrantes e até presidente, eles optaram pelo movimento.

    Um deputado à frente do movimento afirmou que, embora os líderes desse movimento sejam conhecidos, a oposição espera outros apoios que podem, por uma questão partidária, "precisar de anonimato".

    Defensor da cautela e da espera pelo momento certo, Mendonça Filho afirmou que não faltam motivos para pedir o impeachment. "Existe uma crise sem precedentes no país. Falta governabilidade", afirmou.

    O líder do DEM lembrou o pedido de impeachment apresentado à Câmara na quarta (2) por um dos fundadores do PT, Helio Bicudo. No documento, o advogado menciona as crises política e econômica pelas quais o país passa, e argumenta ainda que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal.

    O processo de impeachment é em boa parte dependente do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que em junho rompeu publicamente com o governo Dilma.

    Na terça-feira (1º), porém, Cunha teve um encontro com a presidente por cerca de uma hora. A avaliação geral é de que ele saiu satisfeito e amenizou os ânimos no restante da semana. Apesar disso, a oposição não acredita ter "perdido o Cunha", nas palavras de um deles.

    Um acordo prévio, que ainda não tem data para ser colocado em prática, prevê que, quando for apresentado o pedido de impeachment, Cunha não o acate, para não tomar para si todo o ônus político da decisão. A oposição, então, recorreria ao plenário, que precisaria avalizar ou rejeitar a saída da presidente.

    Em questão está o apoio do PMDB, do vice Michel Temer. Após o rompimento público de Cunha com o governo, a bancada da Câmara tem atuado de forma mais independente em relação ao governo. O Palácio do Planalto, porém, começou a se movimentar para reverter esse quadro. Além de receber o presidente da Câmara, a presidente Dilma também convidou para conversar o líder do PMDB na Casa, deputado Leonardo Picciani (RJ).

    Para que Dilma seja afastada do cargo, é necessário que pelo menos 342 dos 513 deputados votem pela abertura do processo de impeachment. O julgamento ocorre no Senado.

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