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    o impeachment

    Levy diz que governo cogita imposto de 'travessia' para enfrentar crise

    DANIELA KRESCH
    ESPECIAL PARA A FOLHA, EM ANCARA (TURQUIA)

    05/09/2015 14h24

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 31-08-2015, 18h00: Os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) durante coletiva de imprensa para anunciar a proposta orçamentária para 2016 enviada ao congresso hoje, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro Joaquim Levy (Fazenda) durante anúncio da proposta orçamentária para 2016

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou neste sábado (5) que o governo poderá propor ao Congresso um imposto de caráter temporário para equilibrar suas contas durante a fase mais aguda da crise que o país enfrenta.

    "Pode ser que seja um imposto de travessia", disse Levy. "Se a gente também, em paralelo, votar as questões estruturais e a economia for mais competitiva, provavelmente a gente, mais para frente, vai poder talvez retirar."

    O ministro disse que a ideia ainda está em debate no governo. "Algumas pessoas têm sugerido isso", afirmou. "Vamos ver. Estamos no meio de uma discussão, numa hora de ouvir. Depois que a gente completar essa conversa, o Executivo é que vai enviar as propostas."

    Em Ancara, capital da Turquia, onde participou de uma reunião dos ministros das finanças do G20, Levy disse estar preocupado com a possibilidade de o Brasil perder o grau de investimento conferido pelas agências internacionais de classificação de risco, o que poderá aumentar a desconfiança dos investidores e a turbulência na economia.

    O ministro reafirmou que o Brasil deve tomar todas as medidas possíveis para evitar o rebaixamento, incluindo cortes de despesas e aumentos de receita.

    "A gente tem que chegar [ao equilíbrio nas contas], porque é uma maneira de evitar o downgrade", disse o ministro. "Se você não tiver isso, aumenta muito o risco do rebaixamento, que vai destruir o emprego. E não vai destruir o emprego agora, vai destruir o emprego por muitos anos. Então, a gente não pode ter downgrade."

    FOLHETIM

    Levy não quis discutir os rumores de que teria pensado em renunciar ao cargo por sentir-se isolado no governo, sem apoio para levar adiante as medidas de austeridade que defende.

    "Não vou dizer nada, o importante é a meta, é o que o Brasil vai fazer. Isso é que é relevante. O resto é folhetim. Não vou entrar em folhetins. Estou discutindo políticas."

    Na quinta-feira (3), ele chegou a cancelar sua participação no encontro do G20 em Ancara para comparecer a uma reunião de emergência no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

    A decisão provocou nervosismo no mercado, levando a um aumento no ritmo da desvalorização do real em relação ao dólar. Na sexta-feira (4), no entanto, ele voltou atrás da decisão e viajou para a Turquia. Levy não quis discutir o que foi conversado na reunião.

    "Se eu conversei com a presidente não tenho que dizer o que eu conversei com a presidente. A temática foi fiscal e econômica. Ponto."

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