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    Para Temer, proposta de aumento de receita deve partir do Poder Executivo

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    08/09/2015 23h27

    Alan Marques/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 08.09.2015.O vice-presidente da República, Michel Temer oferece jantar para governadores do PMDB, Senador Renan Calheiro, Presidente do Senado Federal, Deputado Eduardo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Leonardo Picciani, Líder do PMDB e Senador Eunício Oliveira, Líder do PMDB, no Palácio do Jaburu. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    Ao centro, Renan Calheiros com o vice Michel Temer (dir.) e Eduardo Cunha (esq.), em jantar

    O vice-presidente Michel Temer defendeu nesta terça-feira (8) que uma proposta de criação de receita para evitar um deficit das contas públicas no ano que vem deve partir do governo federal, não do Congresso Nacional.

    Em jantar com ministros e governadores do PMDB, o peemedebista afirmou que é papel do Poder Executivo propor se houver a necessidade um aumento da atual carga tributária.

    Segundo os presentes, o peemedebista relatou conversa que teve com o ex-ministro Delfim Netto sobre a ideia de aumentar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), imposto cobrado sobre combustíveis.

    No discurso, ele afirmou que ficou impressionado com a proposta, mas evitou fazer uma defesa pública da ideia.

    Ao ter evitado defender o aumento da Cide, a impressão de peemedebistas que estavam no encontro é de que o vice-presidente recuou do aumento da tarifa após conversa no inicio da noite desta terça-feira com a presidente Dilma Rousseff.

    "O Michel Temer não defendeu nenhuma criação de imposto. Ele, inclusive, quando iniciou a reunião disse que nÃo tinha proposta para fazer aos governadores", disse o líder do PMDB no Senado Federal, Eunicio Oliveira (CE), após o jantar no Palácio do Jaburu.

    CPMF

    Antes de Temer, o aumento da atual carga tributária foi defendido por governadores e ministros peemedebistas como alternativa para enfrentar a atual crise econômica e garantir um superávit primário no ano que vem.

    Os governadores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Alagoas e Rondônia pregaram a recriação da CPMF, proposta abandonada pelo governo federal após repercussão negativa de empresários brasileiros.

    "Apresentei a necessidade do retorno da CPMF e o governador do Rio Grande do Sul também, mas o presidente da Câmara dos Deputados acha que não é o momento adequado.", disse o governador de Rondônia, Confúcio Moura.

    Em linha contrária, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reconheceu que o cenário econômico é adverso, mas considerou que o aumento da carga tributária pode piorar o atual quadro de recessão do país.

    Segundo relatos de presentes, a elevação da Cide foi defendida pelo governador de Alagoas, Renan Filho, e pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Ela sugeriu ainda a recriação da CPMF pelo período de um ano, como forma de amenizar os efeitos da crise econômica.

    Em consenso, os ministros e governadores pregaram a necessidade de uma reforma da previdência e dos cortes de gastos realizados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

    MUDANÇA

    Temer, que havia defendido o aumento da Cide, se mostrou contrário à ideia de ampliar a tributação depois do encontro com Dilma.

    "Não queremos isso [aumentar impostos]. Temos que evitar remédios amargos", disse usando a mesma expressão da presidente em seu pronunciamento para celebrar o 7 de Setembro.

    Também nesta terça, Levy afirmou, em Paris, que o aumento do imposto de renda é uma possibilidade em estudo dentro do governo como forma de contribuir para um reequilíbrio nas contas.

    No mês passado, o governo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento para o ano que vem com deficit primário de R$ 30,5 bilhões.

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