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    o impeachment

    Diante da pressão por reforma, PT resiste a entregar a Casa Civil

    DÉBORA ÁLVARES
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    12/09/2015 02h00

    Sérgio Lima - 13.jan.2015/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 13-01-2015: Os ministros Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) e o Sec. Executivo do Min. dos Transportes, Anivaldo Vale, apresentam o Plano de Escoamento da Safra Agrícola 2014/2015, na sede da Secretaria de Portos. (Foto: Sérgio Lima Folhapress - PODER)
    A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), cotada para assumir a Casa Civil

    Na reformulação da equipe do Palácio do Planalto em estudo pela presidente Dilma Rousseff, o PT não quer perder o comando da Casa Civil, hoje nas mãos do petista Aloizio Mercadante.

    Segundo a Folha apurou, o partido da presidente aceita e até estimula a troca de Mercadante, mas quer ver no seu lugar o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nome preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Conforme a Folha revelou na sexta-feira (11), Dilma estuda até um nome de fora do PT para ocupar a Casa Civil.

    Um nome que é visto com simpatia entre aliados é o da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO). É uma opção que poderia sinalizar um apelo de paz na direção dos peemedebistas.

    Oficialmente, o Palácio do Planalto divulgou nota negando com "veemência" que a presidente pretenda trocar Mercadante, mas a Folha ouviu relato de interlocutores de Dilma em que ela manifestou abertamente sua intenção de ceder às pressões, tanto de peemedebistas como de petistas, e mudar o comando da Casa Civil.

    Jaques Wagner esteve cotado para assumir a Casa Civil por sugestão do ex-presidente Lula no início do segundo mandato de Dilma.

    Mercadante colecionou ao longo dos últimos meses atritos com o PMDB, principalmente com o vice-presidente, Michel Temer.

    O petista acabou virando alvo de pressões de aliados, que passaram a defender sua saída como solução para a crise política. Seus críticos o consideram abrasivo no trato e centralizador na tomada de decisões.

    PROXIMIDADE

    Dentro do PMDB, uma ala do partido, ligada ao vice-presidente, acredita que um correligionário no comando da Casa Civil poderia reaproximar os peemedebistas do Palácio do Planalto.

    Kátia Abreu, contudo, não conta com o apoio integral do partido.

    Seu nome como candidata ao posto de Mercadante foi citado durante jantar de governadores do PMDB com Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e os líderes da sigla no Congresso.

    Os presentes ponderaram que, embora não seja um quadro tradicional da legenda, a peemedebista é próxima à presidente Dilma, que foi madrinha de seu casamento no início deste ano, e também de Temer.

    Kátia seria como um "ombro amigo" para Dilma, que se fortaleceria com alguém de sua confiança por perto.

    As resistências internas no próprio PMDB a seu nome e, principalmente, no PT, tornam, porém, seu caminho em direção à Casa Civil complicado.

    NOTA

    Uma nota da Presidência sobre o caso afirma que "o governo federal desmente com veemência a manchete da Folha desta sexta (11), sobre a busca por um substituto para Mercadante. Afirma que "a reportagem não condiz com a realidade".

    O texto traz elogios a Mercadante, afirmando que o ministro da Casa Civil faz um "trabalho fundamental para a gestão", que "tem colaborado para a construção da estabilidade política". Segundo a nota, a reportagem "serve apenas para fomentar especulações desnecessárias".

    A Folha mantém a informação publicada, apurada com três interlocutores da presidente e reiterada por um quarto na manhã desta sexta.

    A negativa do governo reflete a irritação da presidente Dilma Rousseff com o vazamento de suas intenções.

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