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    Lava Jato

    Cerveró cita propina para campanha de Lula em 2006, segundo revista

    DE SÃO PAULO

    12/09/2015 14h18

    Sérgio Lima - 2.dez.2014/Folhapress
    O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró após chegar ao Senado para depor em CPI
    O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró após chegar ao Senado para depor em CPI

    Sem apresentar provas, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse ter negociado uma propina de R$ 4 milhões que seria paga pela Odebrecht à campanha à reeleição do então presidente Lula, em 2006.

    Segundo a revista "Época", essa é uma das informações oferecidas por Cerveró para firmar um acordo de delação. Ele já foi condenado a 17 anos de prisão. Seus advogados já se reuniram com os procuradores, mas o acordo não saiu pois o ex-diretor não tem provas e fala de episódios desimportantes para a investigação.

    Cerveró disse que a propina estaria ligada à reforma -não realizada- da refinaria de Pasadena (EUA), que seria tocada pela Odebrecht por encomenda da Petrobras.

    O acordo, disse, foi acertado às vésperas da eleição de 2006 entre ex-executivos da Odebrecht e ex-diretores da estatal num almoço no Rio.

    O ex-diretor descreveu ainda um encontro com o vice-presidente Michel Temer em 2007. Afirmou que estava sendo achacado por peemedebistas que exigiam US$ 700 mil mensais para mantê-lo no cargo. Recorreu ao
    pecuarista José Carlos Bumlai para o colocar em contato com Temer. O político confirmou a reunião, mas negou intervenção.

    Cerveró, sempre segundo à revista, disse ter pago US$ 6 milhões para os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) com dinheiro de contratos para a construção de navios-sonda.

    Ele também contou que Lula "agraciou" o senador Fernando Collor (PTB-AL) com cargos na BR Distribuidora.

    O ex-diretor relatou ainda que ele próprio ajudou Collor a fechar negócio com uma rede de postos que rendeu propina ao senador alagoano.

    OUTRO LADO

    Em nota, a Odebrecht classificou o texto da "Época" como "ilações [...] baseadas em suposto contrato nunca firmado e em supostas afirmações de hipotética delação premiada".

    Os demais citados negam ter participado de qualquer irregularidade.

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