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    Lava Jato

    Deputado acusado por Ricardo Pessoa, da UTC, confronta executivo em CPI

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    15/09/2015 16h23

    Alan Marques/Folhapress
    O dono da UTC, Ricardo Pessoa, durante depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara
    O dono da UTC, Ricardo Pessoa, durante depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara

    O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) aproveitou o depoimento do dono da UTC Ricardo Pessoa à CPI da Petrobras nesta terça-feira (15) para confrontá-lo sobre a acusação, feita pelo executivo em delação premiada, de que recebeu R$ 150 mil da empreiteira graças a um acerto ilícito, segundo a revista "Veja".

    Delgado questionou Pessoa sobre fatos envolvendo essa acusação, mas não obteve nenhuma resposta, porque o empreiteiro já havia avisado à CPI que não responderia a perguntas porque sua delação premiada ainda está parcialmente sob sigilo.

    O deputado argumenta que foi levado pelo então presidente do PSB de Belo Horizonte, João Grossi, à sede da UTC para pedir doações e que recebeu R$ 150 mil na conta do partido, verba que foi distribuída a outros candidatos.

    Durante sua fala, Delgado anuncia que está se afastando da CPI, já que foi citado por Pessoa e pode ser investigado na Operação Lava Jato.

    "Em nome da minha honra, eu vou fazer algumas perguntas e gostaria que o depoente pudesse respondê-las. Quero tentar entender o que o levou a fazer as acusações infundadas contra mim e se confirma algumas inverdades que teria dito", afirmou.

    O deputado questionou que contrapartidas teriam sido prometidas em troca da doação da UTC, mas não obteve resposta. Também disse só ter visto o empreiteiro essa única vez. "Quantas vezes o senhor já esteve ou falou comigo? Quantas vezes trocou telefonema comigo?", perguntou.

    Pessoa se limitou a dizer: "Excelência, vou ficar em silêncio".

    O empreiteiro não esboçou reações e não respondeu a nenhuma pergunta de Julio Delgado.

    O deputado disse ainda que subscreveu relatório paralelo da CPI da Petrobras do ano passado que defendia o indiciamento de Pessoa e que apresentou requerimento para convocá-lo logo no início desta nova CPI, instalada no início deste ano.

    "Hoje estou aqui diante de vossa senhoria tendo que me afastar por uma conduta moral e ética da CPI, que corro o risco de ser investigado por algo que eu não fiz. Vossa senhoria sabe que eu não fiz", finalizou Delgado.

    Nenhum outro parlamentar citado por Pessoa em sua delação foi à CPI lhe fazer questionamentos.

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