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    o impeachment

    Mercadante diz a deputados que Berzoini e Giles assumem articulação

    RANIER BRAGON
    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    15/09/2015 22h44

    Alan Marques/Folhapress
    O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, fala sobre reunião de coordenação política com a presidente Dilma, nesta terça
    O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que cuidará da articulação política do governo

    Deputados que participaram de reunião com a presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira (15), afirmaram ter recebido do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) a informação de que o dia-a-dia da articulação política do governo será feito pelo ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) e pelo assessor especial da Presidência Giles Azevedo.

    Apesar de dizer que Mercadante não deu muitos detalhes, eles afirmam que a sinalização foi a de que o PMDB fica de fato afastado da articulação e que Berzoini, que é ex-presidente do PT, deve acumular a função com o comando do ministério das Comunicações.

    Em meio à crise política e econômica, Dilma havia escolhido para a função o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, que vinha sendo auxiliado pelo ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), também do PMDB.

    Sob o argumento de que cumpriram a tarefa de aprovação do primeiro pacote de ajuste fiscal no Congresso e a distribuição da maioria dos cargos federais entre os aliados, os dois se afastaram recentemente da função.

    Homem de confiança de Dilma, Giles já vinha atuando extraoficialmente na função. A Folha apurou que Mercadante ligou para Temer, que está em viagem à Rússia, para consultá-lo em nome de Dilma sobre a possibilidade de Giles assumir a Secretaria de Relações Institucionais (que hoje está vaga), que perderia o status de ministério, para tocar o dia-a-dia da articulação. Temer disse não ver problema.

    De acordo com o deputado Celso Rossomanno (PRB-SP), também presente no encontro no Planalto, Giles e Berzoini serão auxiliados por outros ministros na tarefa de se relacionar com o Congresso, em uma espécie de força-tarefa: os ministros George Hilton (Esportes), do PRB, e Kátia Abreu (Agricultura), do PMDB.

    SABOTADO

    No final da noite desta terça, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comentou a possível troca no comando da articulação política do governo.

    "Berzoini já foi num certo momento [articulador], até tinha um bom diálogo com a Casa, o Giles é uma pessoa de fácil trato, não vejo dificuldade, o problema é um pouco maior, é um problema político mesmo que precisa ser resolvido, de consolidação da base. Obviamente que o Michel tinha muito mais condição e autoridade para fazer", disse Cunha, para quem o vice-presidente da República foi sabotado pelo PT e pelo Planalto.

    Na semana que vem devem ser anunciadas as mudanças, com fusões de ministérios e de órgãos.

    Os aliados pedem a Dilma que coloque alguém "com peso político e poder na caneta" para negociar com o Congresso.

    Lula e peemedebistas defendem que ela tome esta iniciativa trocando o ministro Aloizio Mercadante, mas ela demonstra resistência a tirar seu chefe da Casa Civil. Na reunião com deputados, Mercadante disse que fica na Casa Civil.

    Um dos cenários estudados também para reduzir o tamanho da Esplanada é unificar a Secretaria de Relações Institucionais e a Secretaria-Geral, ocupada por Miguel Rossetto.

    A Secom, hoje ocupada por Edinho Silva, também pode perder o status de ministério, voltando a ser uma secretaria. Silva ficaria livre para também se dedicar à articulação política, conforme afirmam assessores presidenciais.

    Outra unificação cogitada, mas que depende do aval do PMDB, é somar a Secretaria de Portos com a de Aeroportos. Os titulares das duas pastas, Edinho Araújo e Eliseu Padilha, respectivamente, são indicações do vice Michel Temer (PMDB-SP).

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