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    Lava Jato

    Operador do PMDB cita Palocci em delação da Lava Jato

    MARIO CESAR CARVALHO
    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO

    18/09/2015 20h57

    Evaristo Sa - 8.jun.2011/AFP
    O ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, discursa na posse de Gleise Hoffmann, sua substituda no Ministério, após sua saída, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Palocci apresentou sua renúncia em meio a alegações de corrupção, disseram autoridades. O ex-ministro, disse o advogado-geral do Brasil, confirmou "a legalidade e retidão" de suas recentes atividades profissionais, mas reconheceu que a controvérsia política poderia prejudicar seu trabalho.*** Outgoing Brazilian Chief of Staff Antonio Palocci delivers a speech during the inauguration ceremony of his successor Gleisi Hoffmann, at Planalto Palace in Brasilia, on June 8, 2011. Palocci offered his resignation amid allegations of corruption, officials said. Palocci said Brazil's attorney general had confirmed "the legality and rectitude" of his recent professional activities, but acknowledged that the political controversy could harm his effectiveness. AFP PHOTO/Evaristo SA
    O ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, discursa no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)

    Apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como um dos operadores do PMDB na Petrobras, o lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, citou em depoimentos prestados para fechar um acordo de delação premiada os nomes do ex-ministro Antonio Palocci e do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula.

    Baiano relatou ter visto Palocci presenciar o acerto de doação ilícita à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Ele disse que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa também estava no comitê. Palocci nega que o encontro tenha ocorrido.

    A versão de que Palocci teria pedido R$ 2 milhões para a campanha de Dilma foi apresentada por Costa em seu acordo de delação premiada. Segundo o ex-diretor, o montante foi entregue pelo doleiro Alberto Youssef.
    O doleiro, no entanto, negou repetidas vezes que tenha feita essa operação. Palocci era um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010.

    Baiano mencionou também o nome de Bumlai como um de seus contatos no PT que teria pedido contribuições para o partido.

    O lobista prestou depoimentos entre segunda e quarta-feira desta semana na Polícia Federal em Curitiba. Ele está preso desde novembro do ano passado, sob acusação de ter pago propina para fechar negócios na diretoria internacional da Petrobras.

    Em um único negócio que intermediou —a compra de dois navios-sondas por cerca de US$ 1 bilhão— foram pagos US$ 15 milhões de suborno, o que ele negava antes de iniciar a delação. Só por essa transação, o lobista foi condenado a 16 anos de prisão.

    OUTRO LADO

    A assessoria do ex-ministro Antonio Palocci nega que ela tenha se encontrado com o lobista Fernando Soares e o ex-diretor Paulo Roberto Costa, juntos ou separadamente.

    O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou as delações e disse que elas "começam a resvalar para a fabricação de falsas versões salva-vidas dos condenados".

    O PT afirmou que "todas as doações para a campanha de 2010 foram feitas dentro da estrita legalidade e declaradas à Justiça Eleitoral".

    O defensor de Fernando Baiano, Sergio Riera, não quis se pronunciar.

    A Folha não conseguiu localizar a defesa do empresário José Carlos Bumlai.

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