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    o impeachment

    Dilma assume negociação com aliados para fechar reforma ministerial

    MARINA DIAS
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    21/09/2015 12h51

    A presidente Dilma Rousseff vai assumir pessoalmente as negociações com líderes dos partidos aliados para discutir a reforma administrativa, que deve ser anunciada pelo governo até a próxima quarta-feira (23).

    A partir desta segunda-feira (21), Dilma vai receber em seu gabinete deputados e senadores das legendas da base e traçar o mapa da nova Esplanada dos Ministérios.

    Durante reunião de sua coordenação política, nesta segunda, Dilma pediu a ministros que a ajudem na articulação para que a reforma tenha "lastro político", assim como a aconselhou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    O objetivo é que o governo consiga garantir os votos para aprovar o novo pacote fiscal e impedir que caminhem os pedidos de impeachment no Congresso. Para Lula, o PMDB e o vice-presidente Michel Temer são "fundamentais" para que Dilma não perca completamente sua governabilidade.

    Antes de reunir a coordenação política, portanto, a presidente chamou Temer para uma conversa reservada. Dilma mostrou o mapa que deve cortar pelo menos dez dos 39 ministérios e pediu a opinião de Temer. O PMDB, partido do vice, deve perder três pastas com a reforma.

    No desenho mais atual, três secretarias com status de ministérios seriam fundidas em uma –Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos– e a pasta do Trabalho seria incorporada à Previdência Social. Além disso, Turismo e a Secretaria de Micro e Pequenas Empresas ficariam sob a guarda do Ministério do Desenvolvimento, enquanto Portos fundiria com Aviação Civil e Pesca, com Agricultura.

    Ao contrário do projeto inicial, CGU (Controladoria-Geral da União), AGU (Advocacia-Geral da União) e Banco Central não perderão status de ministério.

    Temer tem sido alijado de decisões importantes do governo, como a da proposta de recriação da CPMF, e, desde que chegou de uma viagem oficial à Rússia, na última quinta-feira (17), não havia sido contato pela presidente para tratar do assunto.

    A presidente chegou a marcar uma reunião para domingo (20) com diversos ministros -mas sem convidar o vice-, com o objetivo de tratar do espaço que os partidos aliados terão na nova Esplanada, mas acabou desmarcando o encontro para viajar a Porto Alegre para a festa em comemoração do aniversário de cinco anos de seu neto, Gabriel.

    Na noite de domingo, ministros de partidos da base estavam preocupados com a forma que a presidente iria comunicar os cortes e fusões de pastas. Eles queriam ter sido consultados com antecedência. Dilma, por sua vez, garantiu que o governo fará o anúncio somente quanto todos os partidos aliados forem consultados.

    PACOTE

    Dilma afirmou que até quarta-feira também serão enviadas todas as medidas do novo pacote fiscal ao Congresso, entre elas a proposta de recriação da CPMF –os recursos devem ser direcionados para o rombo da Previdência Social.

    A presidente pediu ainda que os líderes do governo no Congresso e os ministros trabalhem na articulação para impedir a derrubada dos vetos presidenciais em pautas importantes para o reequilíbrio das contas públicas.

    Estão na pauta desta terça-feira (22), por exemplo, os vetos ao aumento médio de 59,5% dos servidores do Judiciário, com impacto anual médio de R$ 6,4 bilhões, e à extensão do aumento real do salário mínimo para todos os aposentados.

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