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    o impeachment

    Após conversa com Dilma, Temer se reúne com Cunha no Jaburu

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    21/09/2015 14h06

    Após se reunir com Dilma Rousseff durante toda a amanhã desta segunda-feira (21), o vice-presidente Michel Temer chamou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para uma reunião no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República.

    Rompido desde julho com o governo, Cunha é o responsável direto pela abertura ou não de um processo de impeachment contra Dilma pelo Legislativo. Na quinta-feira (17), o peemedebista recebeu representação de um pedido pelo afastamento da presidente feito pelo advogado e fundador do PT Hélio Bicudo.

    Temer e Dilma conversaram reservadamente no Palácio do Planalto para discutir a reforma administrativa, que deve ser anunciada pelo governo até a próxima quarta-feira (23). A presidente se comprometeu a tratar pessoalmente do novo mapa da Esplanada com líderes dos partidos aliados no Congresso, mas pediu o apoio do vice em relação ao PMDB, que deve perder três das sete pastas que possui hoje.

    Em suas últimas conversas com Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a sucessora precisava "recompor" com Temer e o PMDB, "fundamentais" para que a presidente não perca completamente sua governabilidade.

    A presidente também deve chamar Cunha para uma conversa esta semana, assim como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

    Durante reunião com o vice e, em seguida, com sua coordenação política, nesta segunda, Dilma pediu a ministros que a ajudem na articulação para que a reforma tenha "lastro político", assim como a aconselhou Lula.

    O objetivo é que o governo consiga garantir os votos para aprovar o novo pacote fiscal e impedir que caminhem os pedidos de impeachment no Congresso.

    No desenho mais atual, três secretarias com status de ministérios seriam fundidas em uma -Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos- e a pasta do Trabalho seria incorporada à Previdência Social. Além disso, Turismo e a Secretaria de Micro e Pequenas Empresas ficariam sob a guarda do Ministério do Desenvolvimento, enquanto Portos fundiria com Aviação Civil e Pesca, com Agricultura.

    Ao contrário do projeto inicial, CGU (Controladoria-Geral da União), AGU (Advocacia-Geral da União) e Banco Central não perderão status de ministério.

    Temer tem sido alijado de decisões importantes do governo, como a da proposta de recriação da CPMF, e, desde que chegou de uma viagem oficial à Rússia, na última quinta-feira (17), não havia sido contato pela presidente para tratar do assunto.

    A presidente chegou a marcar uma reunião para domingo (20) com diversos ministros –mas sem convidar o vice–, com o objetivo de tratar do espaço que os partidos aliados terão na nova Esplanada, mas acabou desmarcando o encontro para viajar a Porto Alegre para a festa em comemoração do aniversário de cinco anos de seu neto, Gabriel.

    Na noite de domingo, ministros de partidos da base estavam preocupados com a forma que a presidente iria comunicar os cortes e fusões de pastas. Eles queriam ter sido consultados com antecedência. Dilma, por sua vez, garantiu que o governo fará o anúncio somente quanto todos os partidos aliados forem consultados.

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